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Época de enchentes: o que você deve fazer se estiver de carro em alagamento

Carros foram arrastados por enxurrada durante fortes chuvas que atingiram a Grande Belo Horizonte - Reprodução de vídeo
Carros foram arrastados por enxurrada durante fortes chuvas que atingiram a Grande Belo Horizonte Imagem: Reprodução de vídeo

Colaboração para o UOL

09/12/2022 04h00

A temporada de chuvas voltou com tudo e já deixa sua marca nos grandes centros brasileiros: as enchentes. Ruas alagadas são um dos maiores medos de qualquer motorista que está à deriva na rua.

Para te ajudar a lidar com os alagamentos constantes nessa época de calor e umidade, o UOL separou algumas dúvidas sobre o que você deve e não deve fazer se estiver no carro diante de uma enchente.

A rua à minha frente está alagada. Posso passar com o carro ou não?

  • Não passar se a água estiver acima da metade das rodas;
  • Usar pontos de referência, como outros veículos, para avaliar o nível do aguaceiro durante o trajeto;
  • Se for encarar a travessia, manter o carro em primeira ou segunda marcha, sem mudar de marcha e com aceleração constante, em baixa velocidade, entre 2.500 e 3.000 rpm, para o motor não "morrer";
  • Evitar atravessar ao lado de outros veículos, sobretudo de maior porte, para que o deslocamento da água não movimente seu carro;
  • Se o motor desligar, não acioná-lo enquanto a água estiver sobre as rodas.

E se eu não conseguir escapar da enchente?

  • Se não conseguir escapar do alagamento com o seu carro, pare e desligue o motor;
  • Ao religar o carro, verifique se não houve entrada de água no sistema de admissão -- um mecânico ajudará no diagnóstico;
  • Procure sua seguradora: se o mecânico identificar calço hidráulico, apólices com proteção contra enchentes e fenômenos naturais cobrem este tipo de sinistro;
  • Carro danificado por enchente também permite que se peça indenização ao administrador da via; registre boletim de ocorrência e procure um advogado.

Eu não estava no carro, mas o veículo ficou danificado pelo alagamento:

  • Principal risco é o calço hidráulico, que acontece quando a água entra nos cilindros e entorta as bielas.
  • Verificar se a parte elétrica está em ordem, incluindo, relês, módulos e outros componentes.
  • Muitas partes podem ser recuperadas ou trocadas, mas há chances de defeitos aparecerem depois
  • Procure uma empresa especializada em serviços de lavagem e higienização.
  • Partes que necessitam de lubrificação, como suspensão e peças móveis, precisam ser verificadas por mecânico.
  • Carroceria é a parte mais fácil de ser recuperada. As peças plásticas recebem um tratamento com um produto que recupera a cor original e impede que o material fique esbranquiçado ou manchado.
  • Pintura é recuperada em um processo de duas etapas: lavagem desengraxante com xampu especial e descontaminação da pintura.
  • Última etapa é utilizar um gerador de ozônio para matar as bactérias.

E se der perda total?

  • Análise de perda total ou se vale o reparo depende da seguradora que leva em consideração a Tabela Fibe para estipular o valor do carro.
  • Dano total só é caracterizado se os prejuízos causados ao veículo resultantes de um mesmo sinistro atinjam ou ultrapassem 75% do limite máximo de garantia.
  • Indenização demora de cinco a sete dias, em média.
  • Em caso confirmado de perda total, o destino mais provável para o veículo são o ferro-velho ou um leilão.

Como acionar a seguradora?

  • Verificar as condições gerais do contrato e, se for o caso, buscar orientação com o corretor de seguros.
  • Quem tem a cobertura de responsabilidade civil facultativa (RCF), por exemplo, não tem direito à indenização.
  • Se tem, o passo é entrar em contato com a seguradora para informar o prejuízo ou até mesmo para solicitar o guincho para a retirada do veículo do local.

É verdade que carro tem maior risco de incêndio em um temporal?

Sim. Por mais estranho que possa parecer, transitar ou deixar o veículo estacionado sob chuva forte também traz outro inconveniente: aumento no risco de incêndio, mesmo que o automóvel não seja alagado.

O risco maior está relacionado ao catalisador, que opera em temperaturas altíssimas, a partir de 300º C e chegando a cerca de 800º C. "O mesmo risco ocorre quando você mantém o carro ligado sobre uma área de vegetação alta e seca. A proximidade com superfícies extremamente quentes pode ocasionar combustão e alastrar o fogo".