Seguro do carro: 5 dicas para pagar menos na hora de fechar uma apólice
O seguro do carro é um gasto que dói no bolso. Embora a necessidade de ter proteção seja inquestionável, o segurado na maior parte das vezes não sente nenhum benefício prático com essa despesa - a menos que alguma coisa lhe aconteça e ele precise acionar a seguradora.
Além disso, com os carros novos cada vez mais caros, a mordida do seguro também fica maior, já que o cálculo valor do prêmio (o preço que o segurado paga para obter a proteção) tem como ponto de partida a tabela do modelo sugerida pela montadora. Por isso, qualquer ideia que possa deixar a apólice mais barata será muito bem-vinda.
Vale lembrar, em primeiro lugar, que o valor cobrado pela seguradora parte de uma análise de risco que é individual, feita caso a caso. Os técnicos da empresa vão examinar o perfil do segurado e o tipo de rotina do carro (quais os trajetos habituais, se ele costuma ser estacionado na rua ou em garagem, se um dos condutores tem menos de 25 anos) para calcular qual será a probabilidade de o veículo segurado sofrer um sinistro - que pode ser um furto, roubo ou acidente. Esse risco é chamado de sinistralidade.
Esse exercício de futurologia, que mistura cálculo e aposta, vai gerar uma projeção inicial do risco (e do respectivo valor do seguro) para cada situação - por exemplo, um Fiat Palio que durma na rua no bairro de Campos Elíseos. Depois, na medida em que essa sinistralidade se confirme ou não, a seguradora poderá manter ou rever o valor do prêmio.
Se perceber que o número de furtos registrados durante a madrugada no bairro foi mais alto do que ela esperava, no ano seguinte ela certamente cobrará um prêmio maior do segurado com aquele perfil de uso. Também poderá ajustar o preço para baixo, se for o caso. Essa calibragem é constante e se dá longe dos olhos do consumidor.
Agora que você já sabe como o seguro do seu carro é precificado pelas seguradoras, veja algumas dicas simples que podem ajudar você a pagar menos por ele.
1) Tente reduzir o seu risco
Como foi explicado acima, o preço do seguro está diretamente ligado à quantidade de risco percebida pela seguradora a partir dos seus hábitos e do seu perfil.
Um carro que dorme na rua está mais exposto a ser furtado ou danificado durante a madrugada. Ainda que muitos jovens possam ser condutores zelosos, entende-se que fatores como a inexperiência e a vontade de se exibir para o seu grupo social aumentam a propensão de acidentes.
Isso significa que, se você passar a guardar o carro em uma garagem e não dividi-lo com um motorista com idade abaixo de 25 anos, o valor cobrado pela seguradora será menor.
Só não vale mentir para a empresa: se ela descobrir que você deu informações falsas para pagar um seguro mais barato e o seu carro sofrer um sinistro justamente em uma situação não condizente com o perfil que você declarou, você pode ter problemas para receber a indenização.
2) Abra mão de serviços extras
As seguradoras oferecem um leque de serviços extras que acrescentam mais conveniência para o seguro - mas também engordam o valor do prêmio, que pode ficar até 25% mais caro.
Por isso, faça uma análise racional do que realmente é mais importante para você e corte tudo aquilo que não for essencial.
Se você roda apenas dentro da cidade, não precisa ter à disposição um serviço de socorro mecânico de longa distância (em que um guincho poderá atendê-lo a mais de 100 km de sua residência), por exemplo.
Carro reserva é uma mão na roda - mas, dependendo de quantos deslocamentos você faz na sua rotina, pode ser mais barato usar aplicativos de transporte, em caso de necessidade. Faça as contas: quanto você gastaria por dia se, na falta do seu carro próprio, tivesse que ir e voltar de Uber para o trabalho?
O mesmo vale para facilidades como a cobertura de vidros e faróis (na qual essas peças são trocadas sem necessidade de usar a franquia). No caso de um carro popular, pode ser mais vantajoso no longo prazo comprar um para-brisa novo do que contratar essa proteção que pode acabar nem sendo usada.
3) Prêmio ou franquia: o que você prefere?
No seguro para automóvel, há dois tipos de desembolso por parte do segurado. O prêmio é o "preço" do seguro, o valor pago pela cobertura ao longo de um ano - você irá pagá-lo de qualquer maneira, para ter a proteção de que necessita.
Já a franquia é uma participação que o segurado paga apenas quando ocorre um sinistro e o seguro é acionado. Ele vai arcar com uma parte do prejuízo, e o que exceder esse valor será pago pela seguradora. Se a franquia é de R$ 700 e o reparo de uma colisão ficou em R$ 3.000, você tem de pagar esses R$ 700 e a diferença fica por conta da empresa.
Quanto maior for o valor que você contratar de franquia (sua participação em um eventual prejuízo), mais barato ficará o prêmio (a despesa fixa que você terá). Afinal, em caso de sinistro a diferença a ser completada pela seguradora será menor. São inversamente proporcionais: o que você prefere?
Riscos nunca são totalmente ponderáveis e todos podem ter um dia de azar. Mas se, ao analisar seu perfil de uso, você acha que está menos exposto a eventuais problemas que levem a acionar o seguro, pode ser mais vantajoso contratar uma franquia elevada (já que você possivelmente nunca irá usá-la) e pagar um prêmio mais baixo, que significa uma economia certeira.
4) Considere a possibilidade de instalar um rastreador
Essa dica é mais útil para modelos com alta incidência de roubos. Como o uso de um rastreador pode facilitar a recuperação de um carro que foi levado por ladrões, ele diminui o risco suportado pela seguradora - e repassado para o preço da apólice.
Em modelos específicos, que são muito visados, o rastreador pode ser até uma condição para que a empresa aceite fazer o seguro.
Mais uma vez, vale comparar o custo da mensalidade do rastreador (quando ela não for suportada pela própria seguradora) com o quanto a instalação do aparelho irá reduzir o valor do seguro: a economia compensa?
Não se esqueça de checar com a fabricante do seu carro se a instalação do item poderá comprometer a garantia de fábrica do veículo.
5) Atenção aos danos a terceiros
A cobertura de danos a terceiros é opcional. Ela determina quanto a sua seguradora terá de pagar pelos danos que você tiver provocado a outras pessoas, caso tenha sido o responsável por um acidente.
Quando a intenção é gastar o mínimo com seguro, não contratar nenhuma cobertura a terceiros, ou economizar no valor da franquia, é tentador. "Afinal, eu dirijo bem e sei que nunca vou causar nenhum acidente." Sabe mesmo?
Se você tiver uma falta de sorte (toc toc toc), sem essa cobertura o prejuízo sairá inteiro do seu bolso. Mesmo se contratou uma franquia baratinha, e deu o azar de bater seu carro em um modelo importado, terá uma grande diferença a pagar. Sendo que, em muitos casos, contratar uma franquia maior tem um custo adicional só um pouco mais alto. Nesse caso, talvez a economia não compense.
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