Coronavírus: pode usar etanol para desinfetar o carro e as mãos?
Em meio à pandemia do coronavírus, têm circulado postagens nas redes sociais indicando o uso de etanol, daquele vendido nos postos de combustível, como alternativa para desinfetar as mãos e superfícies em geral.
Diante da escassez de álcool 70%, e do fechamento do comércio em algumas localidades, como o Estado paulista, publicações recomendam diluir o etanol em proporção de 70/30 em substituição ao produto "legítimo". Em São Paulo, os postos de combustível são considerados serviço essencial e permanecem abertos.
UOL Carros buscou saber se a prática é realmente indicada. A resposta é não.
"O etanol combustível contém uma série de agentes, conhecidos como desnaturantes, para impedir que seja consumido ou utilizado na fabricação de bebidas. Tais agentes podem ter alguma toxicidade, deixar resíduos com odor desagradável ou serem irritantes para a pele e as mucosas. Por isso, o etanol não pode ser usado para fins de higienização", alerta Luis Geraldo Cardoso dos Santos, mestre em Físico-Química e professor de química do Instituto Mauá de Tecnologia.
Vale também destacar que o etanol comercializado em postos de combustível é do tipo hidratado, percentual aproximado de 5% de água. Especialistas têm afirmado que nessa concentração o produto não é eficaz de eliminar o vírus.
Portanto, a recomendação é usar o álcool 70% para desinfecção em geral. O produto também pode ser usado nas mãos, juntamente com o álcool gel, além de água e sabão.
Como higienizar o veículo corretamente
O interior dos automóveis combina uma série de materiais diferentes, incluindo itens eletrônicos, o que leva à dúvida: qual ou quais são os produtos mais adequados para fazer a desinfecção sem causar danos?
De acordo com Kazuo Matsui, diretor da AutoShine, empresa especializada na fabricação de produtos de limpeza e cuidados automotivos, na maioria dos casos, você pode passar álcool sem medo nas partes com as quais as mãos têm mais contato.
"Pode usar normalmente o álcool 70% no volante, em superfícies plásticas, nas borrachas, no câmbio e nos tecidos, incluindo couro e material sintético simulando couro", recomenda Matsui.
Segundo ele, a dica é sempre usar pano de microfibra, para não causar arranhões nem soltar fios, e evitar empapá-lo de álcool, para o líquido secar mais rapidamente. "No tecido dos bancos e das portas, retire o excesso com um pano".
Também há no mercado paninhos umedecidos com álcool 70º, que são práticos e podem ser utilizados sem problemas.
Só não utilize álcool em gel, daquele indicado para desinfetar as mãos. "O álcool em gel tem uma formulação, para ter essa característica mais pegajosa, que deixa resíduos onde é aplicado, propiciando até o acúmulo de sujeira na superfície, posteriormente", explica.
O cuidado maior deve ser tomado em partes do carro que trazem componentes eletrônicos, que podem ser danificados em contato com a água - o álcool com concentração de 70% tem aproximadamente 30% de água na sua composição.
"Para a limpeza da tela tátil da central multimídia, prefira aplicar álcool isopropílico, que é muito mais puro e praticamente não traz água em sua composição", ensina. O álcool isopropílico é um produto específico para higienizar produtos eletrônicos e também pode ser usado em botões também no painel de instrumentos, incluindo aqueles com tela digital.
Além de desinfetar regularmente o interior do carro, mantenha a rotina de fazer o mesmo, e com frequência, com as mãos. E não se esqueça de que álcool é um produto inflamável.
"Não deixe o álcool no interior do veículo, ainda mais se o mesmo estiver exposto ao calor do sol", conclui.
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