Por que Ferrari de R$ 10 mi de Ibra é proibida de rodar nas ruas do Brasil
Há uma semana, o jogador de futebol Zlatan Ibrahimovic virou assunto ao circular com sua Ferrari Monza SP2 nas ruas de Estocolmo, na Suécia.
Equipado com dois assentos, o modelo Monza é extremamente raro e caro. Além disso, chama a atenção pela ausência de teto, para-brisa e vidros laterais.
Sua produção limitada é a 499 unidades, incluindo a versão SP1, que tem lugar apenas para o "piloto".
Somente clientes selecionados pela marca italiana, como Ibra, têm a chance de comprar o esportivo - desde que disponham de 1,6 milhão de euros ou cerca de R$ 10,1 milhões, no câmbio de ontem.
O porém é que em muitos países, incluindo Estados Unidos e Brasil, a Ferrari Monza só pode rodar em autódromos ou outras pistas fechadas .
Especialistas consultados por UOL Carros explicam por que a legislação brasileira proíbe a circulação de veículos como o do atacante do Milan em vias públicas.
Julyver Modesto, mestre em Direito do Estado pela PUC-SP e conselheiro do Cetran-SP (Conselho Estadual de Trânsito de São Paulo), informa que aqui os automóveis de passeio são obrigados a trazer para-brisa - conforme determina a Resolução 254/2007 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
Marco Fabrício Vieira, também membro do Cetran-SP e autor do livro "Gestão Municipal de Trânsito", confirma a avaliação do colega e também cita a Resolução 14/1998 do Contran - que estabelece os equipamentos obrigatórios para automóveis no País.
"Essa Ferrari não poderia ser homologada no Brasil porque vai encontrar restrição legal. A Resolução 254, que regulamenta a parte envidraçada dos veículos automotores, considera indispensável o para-brisa no que se refere à dirigibilidade", diz Vieira.
Segundo o "The Sun", Ibrahimovic foi multado pelo passeio com a Ferrari sem teto, mas não por dirigir um carro não homologado. A publicação inglesa afirma que o esportivo estava com a documentação vencida desde o fim de março, citando a agência de transportes sueca.
Como é a Ferrari Monza SP2
A Ferrari Monza é uma homenagem moderna às Ferraris de competição dos anos 1950, conhecidas como "barchettas" e que também não tinham vidros nem capota.
O atleta sueco comprou a sua em outubro do ano passado, quando completou 38 anos de idade.
Mesmo sem trazer para-brisa, a Monza tem um minúsculo quebra-vento, logo acima do painel, em frente ao banco do motorista e do passageiro.
Sua construção, como em outros modelos da fabricante de Maranello, faz uso extensivo de fibra de carbono para combinar baixo peso com alta rigidez estrutural. São 1.520 kg de massa.
Chassi e o motor 6.5 V12 instalado sob o longo o capô são compartilhados com o modelo 812 Superfast.
Os números de desempenho são impressionantes: 810 cv de potência e 73,3 kgfm de torque, despejados nas rodas traseiras por intermédio da transmissão de dupla embreagem e sete marchas.
A Ferrari informa que o superesportivo é capaz de sair da imobilidade e atingir os 100 km/h em apenas 2,9 segundos. A velocidade máxima é de 302 km/h.
As Ferraris Monza SP2 e SP1 não são os únicos carros exóticos a dispensarem vidros e teto, liberados para condução apenas em vias fechadas. O Mercedes-Benz SLR McLaren Stirling Moss traz características semelhantes.
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