Por que picapes vendem mais que carros de passeio pelo mundo na pandemia
Resumo da notícia
- Vendas de picapes se destacam na América do Sul e nos Estados Unidos
- Uso de veículos por serviços essenciais é um dos motivos do "boom" nos emplacamentos
- Lista de razões inclui até falsa sensação de proteção contra coronavírus
Um fenômeno curioso está acontecendo na indústria automotiva de vários países durante a pandemia do coronavírus. As picapes estão registrando vendas maiores do que alguns automóveis, inclusive em nações onde isso dificilmente acontece, como no Brasil.
Por aqui, o relatório de emplacamentos da Fenabrave aponta que a Toyota Hilux foi o quarto modelo mais emplacado em abril, registrando 1.762 unidades. A Fiat Toro veio logo em seguida, com 1.713 emplacamentos. As duas picapes ficaram à frente de modelos que costumam vender muito, como Volkswagen Gol e Renault Kwid.
Isso não ocorreu apenas no Brasil. Na Argentina, a Toyota Hilux (que sempre teve boas vendas por lá) superou o Chevrolet Onix e, nos Estados Unidos, o número total de picapes vendidas superou o de automóveis de passeio pela primeira vez na história. Por lá, a vantagem a favor das picapes foi de 17 mil unidades em abril, segundo dados da "Autodata Corp.".
Razões do crescimento
Mas quais seriam os motivos desse estranho fenômeno? As respostas são muitas e podem até variar de acordo com o país. Por aqui, a razão principal foi o fato de os Detrans da região Centro-Oeste (onde as picapes são bem procuradas) terem permanecido abertos mesmo em meio à quarentena, o que não aconteceu em outras regiões do país.
Algo semelhante ocorreu nos EUA, onde os estados da região central do país aplicaram menos restrições de funcionamento do comércio do que outras áreas.
De toda maneira, a agência de notícias "Bloomberg" apontou quatro motivos que justificam o aumento na procura pelas picapes.
Uma das razões principais é o fato de as picapes serem muito procuradas pelos trabalhadores considerados essenciais em meio à pandemia. Produtores rurais e empresas de transporte e de energia costumam comprar muitas picapes, especialmente em países como a Argentina. Esses trabalhadores, inclusive, estão trabalhando mais do que nunca neste período.
A queda no preço do petróleo também foi um fator importante, pelo menos nos Estados Unidos. Lá, o valor da gasolina (que já costuma ser relativamente baixo em comparação a outros mercados) ficou ainda menor. Assim, a balança voltou a pesar a favor dos motores V8, que equipam muitas picapes vendidas por lá.
Picapes contra o vírus?
A "Bloomberg" cita outros dois motivos curiosos para o aumento das vendas de picapes nos EUA. O primeiro deles é o fato de as picapes terem caçambas, que são mais práticas para transportar compras e alimentos sem o risco de haver contato direto com os passageiros. Além disso, as cabines mais amplas aumentariam a distância entre as pessoas viajando em um mesmo veículo.
O segundo motivo (e o mais estranho deles) é a sensação psicológica de proteção dada pelas picapes. A agência cita que, assim como a venda de armas de fogo disparou no começo da pandemia, o volume de picapes vendidas também subiu consideravelmente após a explosão no número de casos do coronavírus.
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