Dá para tirar kit gás? Remoção é viável, mas pode causar problemas no motor
Resumo da notícia
- Trabalho é possível, mas peças do motor já podem estar desgastadas
- Especialista diz que exposição a altas temperaturas podem afetar motores com GNV
- Veículos mais rodados também podem enfrentar problemas de desempenho
Instalar um kit de gás natural é uma boa alternativa para quem roda muito e precisa economizar dinheiro. Não à toa, taxistas, frotistas e motoristas de aplicativos estão entre os principais usuários.
Entretanto, eles não são os únicos motoristas que optam pelas vantagens do GNV. Donos de carros mais antigos e/ou que costumam gastar muito combustível também realizam a conversão, que pode acabar até dificultando a venda do veículo.
Diante disso, UOL Carros procurou um especialista e perguntou: é possível reverter a conversão feita para o gás natural?
"É possível retirar (o kit GNV) e fazê-lo voltar ao combustível original, mas o motor já pode ter sofrido alguns danos, principalmente no cabeçote. Provavelmente haverá desgaste de válvulas mais acentuado e o motor perderá desempenho, fazendo com que você precise fazer uma retífica de cabeçote ou algo do tipo", alerta Everton Silva, Mentor de Tecnologia para Energia a Combustão da SAE Brasil.
Clima quente
O engenheiro explica que os veículos movidos a gás natural são mais suscetíveis a problemas com a temperatura do motor, especialmente no caso de kits instalados fora da fábrica - como a maioria dos veículos que rodam com este combustível. Atualmente, apenas Fiat e Toyota oferecem modelos que saem com GNV de fábrica.
"Os kits se modernizaram muito ao longo das gerações e hoje possuem melhor integração aos recursos de motor, mas alguns não tem uma tecnologia adequada para controlar a razão estequiométrica do motor. Isso faz com que ele trabalhe mais quente e o desgaste seja acentuado", afirma.
"Quando o motor de um veículo flex está trabalhando em regime de alta carga (algo como uma viagem subindo a serra e com capacidade máxima), a central eletrônica permite o enriquecimento da mistura e o excesso de combustível acaba evaporando e arrefecendo a câmara de combustão. Então o motor trabalha em uma temperatura menor, e isso reduz o desgaste. O sistema de GNV costuma ser mais simples, então o motor estará mais quente, provocando um desgaste mais acentuado das válvulas".
Everton lembra ainda que as chances de problemas podem ser acentuadas em carros com quilometragem mais alta.
"Quem gasta para converter (o carro para GNV) não roda poucos quilômetros. Então as chances de problemas crescem por conta da exposição mais prolongada a altas temperaturas", conclui.
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