VW Apollo: cupê 'primo' do Ford Verona que fracassou faz 30 anos
Resumo da notícia
- Lançado em 1990, carro era versão mais esportiva e sofisticada do Ford Verona
- Modelo tinha motor 1.8 AP em vez do 1.6 CHT de seu "primo"
- Dirigibilidade ruim e preço elevado fizeram Apollo morrer dois anos após estreia
A Autolatina, controversa fusão realizada entre Ford e Volkswagen de 1987 a 1996, rendeu projetos inéditos para ambas as marcas. De todos eles, um é lembrado frequentemente, mas não por motivos tão positivos: o Apollo.
Lançado em junho de 1990 em evento no Autódromo de Interlagos, o Apollo foi o primeiro carro da joint-venture projetado por uma empresa e vendido pela outra.
No caso, o modelo nada mais era do que um Ford Verona com um design diferente e outras pequenas mudanças no interior. Mesmo assim, a fabricante diz que o carro conhecido internamente como "Projeto Nevada" foi desenvolvido "de acordo com as especificações da Volkswagen".
Fazia sentido, até porque Apollo e Verona não eram totalmente idênticos. Por fora, o modelo da VW tinha detalhes mais esportivos, como aerofólio na tampa traseira, lanternas fumê e para-choques pintados na cor do carro. A carroceria, obviamente, tinha apenas duas portas como o Verona.
Internamente, ele poderia vir com bancos esportivos da Recaro, teto solar, painel com iluminação alaranjada e acabamento monocromático na versão GLS.
Por fim, os amortecedores eram mais firmes e o carro trazia motorização (a conhecida AP 1.8) e câmbio exclusivos. O problema é que tudo isso tinha seu preço, já que o Apollo era aproximadamente 20% mais caro do que o Verona.
Carreira curta
O Apollo preenchia a lacuna existente entre Voyage e Santana, algo parecido com que o Virtus faz hoje entre Voyage e Jetta.
Só que a trajetória do novo modelo foi conturbada desde o começo, e não apenas por conta de sua "origem" Ford.
As alterações realizadas na suspensão deixaram o Apollo um pouco desconfortável e não melhorou a dirigibilidade em relação ao Verona.
A decisão de adotar motor e transmissão exclusivos também gerou problemas para a VW. Não era raro casos de falhas na transmissão que deixavam a caixa de marchas inoperante. E não foi por conta da má qualidade dos componentes - pelo contrário, a transmissão era muito bem construída, mas a aplicação no projeto foi ruim.
Além de tudo isso, o preço também jogava contra o Apollo, que custava 20% a mais do que o Verona. É verdade que o "quase clone" da VW trazia itens vendidos como opcionais no modelo da Ford, mas a diferença na hora de assinar o cheque afastava compradores.
Despedida melancólica
Foi assim que o Apollo teve vida curta no mercado e saiu de linha em 1992 depois de vender pouco mais de 50 mil unidades.
A Autolatina ainda resistiria por mais quatro anos e novos projetos seriam feitos em conjunto, como os Volkswagen Logus e Pointer (que também não tiveram o sucesso esperado) e os Ford Versailles e Royale (derivados da dupla Santana e Quantum).
No fim das contas, o Apollo (que já pode ter placa preta a partir de junho) entrou para a história da indústria automotiva, mas não como um grande sucesso, e sim como um dos maiores fracassos da história da Volkswagen.
Mesmo assim, ele ainda desponta como possível candidato a virar um "neo-clássico" nos próximos anos.
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