Como brasileiro virou 'parça' de Chip Foose ao restaurar um Opala
Resumo da notícia
- Teco Caliendo já foi piloto e jornalista antes de abrir sua oficina em 2009
- Restaurador virou amigo de Foose e ganhou até um projeto de presente
- Atualmente Teco é especializado em projetos de Fuscas e Porsches
Fazer carros customizados é uma arte que Teco Caliendo domina como poucos.
Fã de motores desde sempre, ele é dono de uma oficina que, como o próprio nome diz, é especializada em "veículos sob medida".
Mesmo com mais de 20 anos de experiência no ramo, Teco só não imaginava que um dia teria a chance de conhecer um de seus ídolos: Chip Foose. Eles se encontraram no Sema Show (maior evento de carros personalizados do mundo) e ficaram mais próximos quando Foose veio ao Brasil pela primeira vez.
"O Eduardo (Bernasconi, dono da Fullpower, maior publicação de customização de carros do país) me indicou para ajudar no trabalho por aqui. Ele (Chip) lembrou de mim e a convivência nos transformou em amigos. De tanto ir para os Estados Unidos ele até me convidou para trabalhar lá, mas preferi não ficar longe da família", afirma.
Logo Foose (carinhosamente chamado por Teco de "Master Foose", algo como 'Mestre Foose) se identificou com a dedicação e o perfeccionismo do brasileiro. Foi aí que um Opala surgiu na vida dos dois.
"O Foose se encantou com o Opala e me pediu até para levar um carro para ele (para os EUA). Uma vez mandei algumas peças para a oficina dele e o Chip descobriu que eram para um Opala que eu queria montar. Aí ele se ofereceu na hora para fazer o projeto de presente para mim".
Surpreso com a gentileza, Teco compartilhou alguns detalhes de seu projeto. Só não imaginava que Chip o faria mudar de ideia - mesmo que a força.
"Eu queria fazer um projeto parecido com o de um carro de Nascar, sem vidros, com um (motor) quadrijet e tal. Ele me disse que não ficaria legal, deveria ser um carro elegante! Algum tempo depois a área comercial da Fullpower vendeu esse projeto do Opala para alguns patrocinadores. E lá fui eu contar para o Foose sobre a ideia", lembra.
Mão na massa
Após convencê-lo a participar da empreitada mesmo com um prazo de apenas dois meses, Teco e Foose compraram algumas peças para iniciar o projeto, que foi apresentado sem motor no X-Treme Motorsports de 2009.
A distância foi determinante para alguns desencontros no meio do caminho, especialmente por conta da cor escolhida para o Opala, já que a tonalidade não existia aqui.
No fim das contas a saída encontrada por Foose foi aproveitar uma de suas visitas ao Brasil para fazer a tinta desejada. E assim a fábrica da Basf foi fechada apenas para que Chip pudesse criar a nova tonalidade nas instalações da empresa.
Hoje o Opala é uma bela lembrança de uma amizade que já dura anos.
"Toda vez que vou para os Estados Unidos a gente acaba trabalhando juntos. Ele é um cara visionário, diria que quase especial mesmo. Dorme muito pouco e é hiperativo, fica praticamente o tempo todo desenhando. E ainda se preocupa muito com as outras pessoas. É um cara muito legal", diz.
Discrição a toda prova
Longe do perfil midiático de alguns profissionais da área de customização, o construtor é calmo e educado.
Depois de trabalhar como piloto de testes na General Motors e virar piloto de arrancadas, Teco abriu uma oficina de preparação antes de começar a realizar seus projetos.
Fez vários show cars para eventos como o Salão do Automóvel para fabricantes como Volkswagen e Fiat enquanto escrevia para a própria Fullpower.
Desde 2009 ele trabalha em uma discreta casa que funciona como oficina desde os anos 60, ao lado de uma avenida que hoje é uma das mais importantes de São Paulo.
Apesar da rotina agitada (Teco chega a trabalhar em até 10 projetos simultaneamente), o clima no local é de tranquilidade. Não existe aquela barulheira e a desorganização típicas das oficinas mais tradicionais.
Trabalho artesanal
Hoje a "Teco Caliendo Veículos sob Medida" trabalha apenas em Fuscas e Porsches. A equipe de oito profissionais cuida de todas as etapas da restauração de um veículo, contando com a ajuda de fornecedores e parceiros.
Além de devolver as características originais, Teco moderniza alguns componentes e cria peças de forma artesanal. Uma de suas especialidades são os sistemas de ar-condicionado para carros antigos como os Porsche 911 dos anos 70, famosos pelo funcionamento deficiente do sistema de refrigeração, sobretudo em países mais quentes. Tudo foi desenvolvido pela equipe de Teco aproveitando peças nacionais e de fora.
"A ideia é fazer as mudanças de forma que seja o mínimo intrusivo possível, além de deixar o carro mais seguro e mais fácil de usar", diz Teco.
O nível de detalhamento do trabalho da equipe é impressionante. Apenas especialistas na marca conseguem identificar onde estão as adaptações. Se não existe uma peça pronta. Teco simplesmente faz - e de forma artesanal, sem máquinas de corte a laser ou impressoras 3D.
A empresa também faz melhorias no sistema de freios, aproveitando peças de outros carros da indústria nacional, especialmente modelos da Volkswagen no caso dos Fuscas.
Teco também conta com uma forte rede de fornecedores, que executam partes do projeto como a tapeçaria, que pode ser escolhida a dedo em catálogos de amostras iguais aos das lojas de móveis.
Perfeccionista, ele não segue uma linha específica de customização ou restauração, mas diz que nem todas as modifcações ficam interessantes em Fuscas. E de vez em quando banca até o conselheiro para os seus clientes.
"Eu tento explicar que algumas coisas não ficam tão interessantes e outras são só modas que passam".
Se a gente ver os trabalhos realizados por Teco até hoje, acho que é bom ouvir o que ele tem a dizer.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.