Mais fãs que carros: como Subaru faz sucesso no Brasil mesmo vendendo pouco
Resumo da notícia
- Em 2019, marca vendeu quase o mesmo volume do que a Toyota em um dia
- Legião de fãs organiza maior evento de carros da marca na América Latina
- Oficinas especializadas em Subaru também se proliferam pelo país
Parece que a Subaru nasceu para remar contra a maré. Ao contrário de suas conterrâneas Honda, Toyota e Nissan, a marca não se rende aos modismos e normalmente não inaugura tendências ou segmentos pelo mundo.
Os modelos da marca ainda preservam os motores boxer, abandonados pela maioria da indústria automotiva. Hoje são cinco modelos no portfólio: XV, Forester, WRX, WRX STI e Outback.
Suas vendas estão longe de serem impressionantes como as das rivais mais badaladas.
Em 2019, a Subaru foi a marca que menos vendeu entre todas as japonesas associadas à Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores). Foram apenas 587 emplacamentos, quase o mesmo número de unidades vendidas pela Toyota em apenas um dia de dezembro.
"A Subaru atua num nicho específico de mercado e vende pouco, mas tem um ticket médio elevado. A gama de produtos varia entre R$ 123.900 e R$ 266.900 e são veículos com muita tecnologia e versões exclusivas de alta performance. Além disso, a Subaru compartilha da mesma estrutura das outras marcas representadas pelo grupo CAOA e muitas vezes divide o espaço de um concessionário com outra marca, diminuindo os custos de operação", afirma Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria Jato Dynamics.
Mesmo não desfrutando de tanta popularidade, a marca cultiva um número respeitável de admiradores pelo país. São motoristas de todas as idades que se rendem às virtudes dos modelos da Subaru, especialmente os mais antigos.
Paixão de infância
Lucas Duarte é um dos apaixonados pela Subaru e mantém um canal no YouTube com 10 mil inscritos. Lá ele registra as participações em eventos e fala sobre as modificações realizadas em seu Impreza SW 2002.
"Quando era criança ganhei do meu tio uma fita VHS com o desempenho da Subaru no Campeonato Mundial de Rali. Aquele filme mudou minha vida e me marcou bastante. Depois veio toda a era de 'Velozes e Furiosos' e 'Need for Speed Underground', então sempre escolhia os carros da Subaru", afirmou.
Seu relacionamento com a marca se fortaleceu logo após Lucas tirar sua CNH, e graças ao pai de um amigo.
"Era uma paixão distante para mim até o dia em que um grande amigo me disse que o pai dele tinha comprado um Impreza 2008. Dirigi aquele carro e daquele dia em diante a motivação da minha vida virou juntar dinheiro para comprar um carro igual aquele. No fim comprei e fui muito feliz com ele por dois anos".
Maior evento do continente
Logo Lucas se apaixonou pelo WRX e começou a buscar um exemplar turbinado de fábrica para evitar problemas. Algum tempo depois comprou um WRX perua 2002, justamente o primeiro carro turbo que dirigiu na vida.
"Descobri que tinha muito mais coisa para fazer do que imaginava. Coloquei os para-lamas do WRX sedã, um tipo de personalização que pouquíssimas pessoas fazem no Brasil. Da mesma geração que o meu carro é o único", afirma.
Duarte é mais dos aficionados da marca espalhados pelo Brasil. São eles que organizam um dos maiores eventos monomarca do país e o maior encontro de Subaru da América Latina.
Na última edição do Encontro Nacional do Clube Subaru, realizada em Piracicaba (SP), cerca de 600 carros e 3 mil pessoas estiveram no local.
"O que mais me atrai na marca é o equilíbrio. Ele não é o mais rápido do mundo, mas ele acelera bem, faz curvas e freia muito bem. Sempre gostei muito de fazer tudo com o carro, desde ir até o supermercado até participar das provas de trackday".
Quem também se encantou pelas virtudes da Subaru foi Letícia Zeballos. Dona de um Impreza hatch, ela conta que a segurança foi um dos fatores decisivos para se tornar cliente da marca.
"Meu carro é muito estável e gruda no chão nas curvas. Ele me transmite muita segurança e foi isso que me fez decidir pela marca. Além disso há muitas possibilidades de realizar modificações", afirma.
Oficinas se proliferam
Com tantos fãs espalhados por aí, especialmente de veículos com mais de 10 ou 20 anos de uso, as oficinas especializadas em Subaru também se multiplicaram.
Basta fazer uma rápida busca para encontrar diversas empresas que só trabalham com carros da marca japonesa. É o caso da AutomotecH, que foi aberta em 2015 por um ex-funcionário da área de pós-vendas da marca.
"Entrei na Subaru em 2001 e passei por vários setores na área de pós vendas, de mecânico até gerente de pós vendas. Como trabalhamos com um nicho e foco em manutenção conforme preconiza o manual da montadora temos uma boa demanda de serviço constante", afirma Ewerton Barbosa, proprietário da oficina.
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