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E-mails sugerem que executivo da Nissan queria derrubar Ghosn, diz jornal

Carlos Ghosn durante entrevista coletiva no Líbano, em janeiro de 2020 - Joseph Eid/AFP
Carlos Ghosn durante entrevista coletiva no Líbano, em janeiro de 2020 Imagem: Joseph Eid/AFP

Do UOL, em São Paulo

16/06/2020 09h03Atualizada em 16/06/2020 09h12

Uma série de e-mails revelados pelo jornal "The Japan Times" pode corroborar a versão do ex-presidente da aliança Renault-Nissan Carlos Ghosn de que ele teria sido vítima de uma armação para tirá-lo do poder.

Ghosn foi preso no Japão em novembro de 2018 acusado de omitir parte de seus rendimentos e usar indevidamente verbas das montadoras que comandava. Em abril de 2019 passou a cumprir prisão domiciliar até que, em dezembro, fugiu para o Líbano. Ele nega as acusações.

Segundo o jornal japonês, e-mails datados de fevereiro de 2018 apontam para uma campanha para remover Ghosn do comando do grupo.

No centro das mensagens estaria Hari Nada, um alto executivo da Nissan que fechou acordo com promotores japoneses para testemunhar contra Ghosn.

Em um e-mail enviado a outro executivo da montadora japonesa, Nada teria dito que a empresa deveria "neutralizar as ações de Ghosn antes que fosse tarde demais", de acordo com o jornal.

Um dia antes da primeira prisão de Ghosn, Nada teria mandado um memorando pedindo mudanças na governança da aliança, entre elas a possibilidade de a Nissan comprar ações da Renault e até mesmo se tornar majoritária na montadora francesa. A saída do então CEO seria uma oportunidade para fazer essas mudanças, o executivo teria sugerido na mensagem.

Além disso, o jornal diz que Nada teria viajado para o Brasil e para o Líbano, países nos quais Ghosn possui cidadania, para juntar informações contra o então CEO do grupo.