Como será o futuro dos serviços de carsharing depois do coronavírus
Resumo da notícia
- Demanda por serviços de carsharing despencou após pandemia
- GM extinguiu serviço existente nos EUA e que foi prometido para o Brasil
- BMW e Daimler também enfrentam problemas antes mesmo do Covid-19
Todo mundo sabe que o mundo não será o mesmo depois do coronavírus. A gente só não sabe como serão alguns serviços quando tudo isso acabar.
O serviço de carro compartilhado (ou carsharing) foi um dos mais afetados do setor de transportes. Afinal de contas, quem se arriscaria a dirigir um veículo utilizado por um desconhecido que pode estar com o Covid-19?
Problemas e mais problemas
A crise causada pela pandemia já fez uma "vítima" nos Estados Unidos. A Maven, serviço de car sharing criado pela General Motors em 2016, deixou de existir em abril deste ano, mesmo depois de uma série de esforços para mantê-lo vivo.
A notícia não foi recebida com tanta surpresa nos corredores da empresa, já que boatos de que o Maven seria extinto circulavam há meses. Em 2019, a GM já havia descontinuado o serviço em praças importantes dos EUA, como Chicago e Nova York.
O coronavírus, porém, foi a pá de cal no serviço, que chegou a ser anunciado no Brasil. A GM fez um programa piloto com alguns veículos dentro de suas fábricas e até prometeu o início das operações comerciais no país, o que nunca aconteceu.
A verdade é que o Covid-19 não é o único culpado pela crise em alguns serviços de compartilhamento de carros. Problemas já vêm acontecendo há pelo menos dois anos.
Em dezembro de 2019, Daimler e BMW decidiram acabar com o Share Now na América do Norte, uma colaboração resultante da união dos serviços ReachNow, da BMW, e Car2Go, da Daimler. Ambas passaram por sérios problemas antes de se unirem: a Car2Go jogou a toalha na China, um mercado muito maior do que a América do Norte, enquanto a ReachNow já havia deixado Seattle e Portland.
No Brasil, os serviços de carsharing ainda são mais raros. A beepbeep é uma das poucas empresas que ainda operam, mas apenas nas cidades de São Paulo e São José dos Campos. Os usuários tem a disposição uma frota de Renault Zoe, hatches elétricos com autonomia de até 300 quilômetros.
Sem vírus
Um estudo feito pela consultoria Deloitte na Bélgica afirma que "os serviços de mobilidade por compartilhamento vão precisar demonstrar que são capazes de atender as expectativas dos clientes em relação à sua segurança".
De fato, a higienização dos veículos será um fator essencial para que os serviços de carsharing retomem a confiança dos clientes após a pandemia.
A desinfecção dos carros será uma das maiores preocupações tanto de usuários quanto das empresas que fornecem o serviço.
São grandes as chances de equipes de profissionais especializados em desinfetar veículos sejam montadas para entrar em trabalho tão logo o carro seja devolvido ou antes de um novo usuário chegar. O serviço pode ser realizado mediante o pagamento de uma pequena taxa ou então disponibilizado sem custo adicional para garantir a tranquilidade do cliente.
Mas não basta apenas realizar o serviço de desinfecção. O usuário precisa ter certeza de que o carro não está contaminado com nenhum tipo de vírus ou microrganismo. Assim, é provável que cada veículo seja disponibilizado com todas as partes de contato devidamente esterilizadas e protegidas, como volante, manopla do câmbio e maçanetas internas. Esta prática já vem sendo adotada por locadoras e concessionárias.
É difícil prever qual será o futuro do carsharing depois do Covid-19. Porém, uma coisa é certa: os serviços relacionados à indústria automotiva nunca mais serão os mesmos.
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