Novo Peugeot 208 chega sem turbo e com elementos de motor feito há 20 anos
Quem esperava pela chegada da nova geração do Peugeot 208 com motor 1.2 turboflex de 130 cv para brigar com o Volkswagen Polo 200 TSI vai tomar um balde d'água fria. Isso porque o hatch compacto não deverá ter esta configuração no Brasil, pelo menos em seu primeiro ano de vida.
Segundo fontes, o modelo será lançado até setembro, com produção na Argentina, trazendo sob o cofre apenas um tipo de motorização: 1.6 quatro-cilindros aspirada flex com duplo comando de válvulas e variação apenas na admissão, rendendo 115/118 cv (gasolina/etanol) e 16,1 kgfm (qualquer combustível).
Conhecido como TU5EC5, este motor é um velho conhecido dos mecânicos no Brasil. Trata-se de uma evolução do TU5JP4 (e sua derivação posterior, JP4S) usado pelo avô do 208, o Peugeot 206, desde sua chegada ao país, no fim dos anos 90. Ou seja, carro totalmente novo, que marca a estreia da plataforma modular CMP na América Latina, aliado a um propulsor cuja base tem elementos com mais de 20 anos.
Em contato com a reportagem, a Peugeot afirma que o motor do novo 208 não pode ser comparado com o utilizado em modelos antigos e ressalta as evoluções que recebeu em sua estrutura em relação ao projeto antigo.
"Todas essas tecnologias fazem com que seja um motor moderno e extremamente versátil, capaz de ser utilizado nas mais variadas silhuetas, entregando sempre um bom desempenho e prazer de dirigir e, sendo, inclusive, uma excelente opção para equipar futuros modelos da marca", afirma a Peugeot (veja a íntegra do comunicado abaixo).
Para fazer o 1.6 caber no cofre do hatch, que na Europa recebe apenas motores turbinados de menor deslocamento, a divisão local da PSA teve de reposicionar componentes internos, como coletores e virabrequim, a fim de compactar suas dimensões. E, como já acontece com os atuais 208 e Citroën C3, terá um sistema de pré-aquecimento que dispensa o uso de tanquinho para partidas a frio.
O novo 208 será oferecido provavelmente em três versões de acabamento: Active, Allure e Griffe.
Também está pronta uma versão de cunho esportivo, chamada GT Line, dotada do já mencionado 1.2 turboflex, mas seu lançamento é incerto. Já o 1.2 aspirado de 84/90 cv do atual 208 será abandonado pela Peugeot, ficando restrito aos Citroën nacionais.
O novo 208 tem boas chances de ser vendido numa configuração 100% elétrica, chamada e-208. Ela rende 136 cv e 26,5 kgfm (mais torque do que os 25,5 kgfm do esportivo VW Polo GTS), com autonomia declarada de 340 km no ciclo WLTP (global) e possibilidade de recarga rápida de até 80% da bateria em meia hora.
Confira a íntegra do comunicado da Peugeot:
A Peugeot informa que o motor 1.6 16V Flex, conhecido como "EC5", é utilizado em inúmeros veículos em vários países onde o Groupe PSA opera, sendo reconhecido pela robustez e eficiência. Diferentemente do que a matéria informa, o motor não é de "20 anos atrás", até porque ele sequer pode ser comparado com o que foi utilizado nos antigos modelos.
O EC5 recebe este nome justamente porque trouxe inúmeras alterações em sua estrutura, tais como novo cabeçote com comando variável, nova taxa de compressão, novos pistões e bielas, bomba de óleo com pressão variável, pioneiro na utilização do sistema de partida a frio (sem tanquinho), novo gerenciamento de temperatura do motor, dentre outras.
Todas essas tecnologias fazem com que seja um motor moderno e extremamente versátil, capaz de ser utilizado nas mais variadas silhuetas, entregando sempre um bom desempenho e prazer de dirigir e, sendo, inclusive, uma excelente opção para equipar futuros modelos da marca.
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