Como carro de vitória maluca na F-1 parou na parede de Otávio Mesquita
Disputado sob forte chuva, o GP do Brasil de 2003 teve uma série de abandonos, acidentes e trocas de posições entre os pilotos - a ponto de ser lembrado até hoje como uma "corrida maluca". Foi nesta prova que Giancarlo Fisichella conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1, há pouco mais de 17 anos.
E o destino final do carro é tão inusitado quanto o vencedor do GP. Ele repousa, autografado, na parede da casa do apresentador Otávio Mesquita, em São Paulo.
O plano de comprar um monoposto da Fórmula 1, conta, começou no ano 2000. Então com 40 anos, o apresentador alugou uma Benetton Renault e completou 15 voltas no circuito francês de Magny-Cours.
Segundo Mesquita, esse carro já tinha sido pilotado pelo italiano.
"Sempre sonhei em ter um F-1 e comecei a procurar um exemplar de Fisichella. Em 2007, encontrei a Jordan de 2003 em Londres. O proprietário, porém, estava pedindo mais de 400 mil euros [cerca de R$ 2,63 milhões no câmbio de sexta-feira], e desisti".
Alguns meses depois, Otávio Mesquita voltou a telefonar para o dono, um ex-diretor da Jordan, e soube que ele tinha falecido. O filho mantinha o veículo à venda, mas o preço tinha caído bastante: o motor e o câmbio já tinham sido passados adiante. Fechou negócio por cerca de 100 mil euros (R$ 615,5 mil), sem incluir os custos de importação.
O chassi, "100% original", foi totalmente desmontado e despachado ao Brasil em etapas, relata.
"Trouxe a Jordan para uma exposição e remontei o carro aqui. Depois, paguei todos os impostos e ela ficou comigo. Já recebi oferta de R$ 800 mil, mas não vendo de jeito nenhum".
Mesquita conta que só depois de fechar negócio descobriu se tratar do mesmo carro da "corrida maluca" de 2003. O apresentador do programa "Operação Mesquita" (SBT) convidou Fisichella para a festa de inauguração de sua casa no Morumbi, na capital paulista - poucos dias antes do GP do Brasil de 2007.
"Fiz o convite e mandei uma foto do carro, dizendo que queria vendê-lo. Ele chegou à festa louco para comprar, mas então eu disse que era 'pegadinha', não iria vender. Aí pedi para ele assinar o bico da Jordan. Ficamos amigos desde então".
Mesquita, que também é piloto, também mantém em sua residência luvas, macacões e capacetes de pilotos como Ayrton Senna, Rubens Barrichello e Felipe Massa - para citar alguns. Sobre o carro histórico, só pretende se desfazer dele em testamento.
"Quando eu morrer, vai doá-lo a Fisichella ou seus herdeiros. Já disse isso a ele".
Vencedor dias depois
Quem olhar para as imagens do pódio do GP Brasil de 2003 não entenderá por que essa é a primeira vitória de Fisichella na F-1. Isso porque, na ocasião, ele não subiu ao local mais alto do pódio.
O piloto da Jordan estava na liderança após ultrapassar Kimi Räikkönen (McLaren), quando a corrida foi encerrada prematuramente na volta 55 depois de Fernando Alonso, então terceiro colocado com a Renault, bater na Jaguar de Mark Webber.
Devido a um erro da direção da prova, o finlandês foi declarado vencedor, com Fisichella na segunda posição e Alonso em terceiro. O regulamento dizia que, em caso de suspensão da disputa por bandeira vermelha, valiam as posições da volta imediatamente anterior.
Giancarlo Fisichella de fato tinha encerrado a volta 54 na liderança, mas isso foi comprovado apenas dias depois. Para completar, sua Jordan pegou fogo após o fim do GP - o incêndio foi controlado em seguida.
Conhecido como "Físico", o italiano, hoje com 47 anos, só recebeu o troféu na corrida seguinte, duas semanas mais tarde. Ele, que venceria mais duas provas na categoria, não ficou com o carro do primeiro êxito.
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