Skatistas que detonaram Opala pedem desculpas e dizem que vão consertá-lo
Os skatistas Rodrigo Panajotti e Diego Guerra, donos do canal 3Sskaters no YouTube, publicaram ontem um vídeo na plataforma pedindo desculpas por danificarem veículos no estacionamento do supermercado Extra da Tijuca, bairro da zona norte da capital fluminense.
Acompanhada do também skatista Léo Rodrigues, a dupla admite que não conhece o proprietário do Opala Comodoro 1984 que o grupo usou como rampa em uma postagem no mesmo canal, que acabou viralizando e revoltando os "opaleiros" - comunidade de colecionadores e fãs do modelo da Chevrolet.
Por conta da repercussão negativa e da chuva de dislikes e comentários agressivos, os jovens removeram o vídeo polêmico, postado originalmente na quarta-feira passada.
Citando trechos da reportagem de UOL Carros publicada ontem sobre o incidente, que traz cópia do vídeo deletado, os três se comprometeram a arcar com as despesas relativas ao reparo do Opala.
Embora esteja parado no mesmo local há pelo menos dois anos, segundo apuração da reportagem, o veículo tem o licenciamento em dia e não consta registro de bloqueio, tampouco de furto ou roubo. Inicialmente, o grupo alegava conhecer o dono, que teria autorizado a depredação.
O Opala está registrado em nome de uma mulher, com endereço no mesmo bairro. A reportagem não conseguiu entrar em contato com ela.
Uma consulta ao respectivo CPF informa que, caso ainda esteja viva, ela tem hoje 104 anos de idade.
"Todas as pessoas que gostam de carros antigos no Brasil ficaram super ofendidas, mas não foi nossa intenção. A gente vem aqui 100% no intuito de se redimir e pedir desculpas a todos vocês. O que mais estão falando é que nós somos vândalos", diz Panajotti na postagem de desagravo.
Ele e o colega Diego Guerra afirmam que desabilitaram os comentários dos respectivos vídeos por conta de "mensagens de ódio" e até "ameaças de morte".
"Temos muitos fãs-clubes, alguns gerenciados por garotinhas de 12 anos, que não podem ter acesso a esse tipo de conteúdo", justifica Guerra.
Os dois, mais Léo Rodrigues e um quarto integrante do grupo, que não conseguimos identificar, aparecem no vídeo original andando de skate em cima do capô do opala e também sobre o teto de outros veículos aparentemente abandonados no estacionamento, a exemplo de um Chevrolet Chevette.
Eles sustentam que o espaço é frequentado "há muitos anos" por outros skatistas e que eles não foram os únicos a usar o Opala e outros automóveis "abandonados" como rampa para manobras.
"Saiu matéria em um portal de notícias muito grande, mostrando inclusive a foto dos carros abandonados que existem lá. Um frequentador do supermercado diz na reportagem que o Opala está abandonado há pelo menos dois anos", justifica-se Guerra.
Rodrigues complementa dizendo que a intenção deles é "ressignificar" lugares e objetos sem uso ou abandonados para a prática do skate.
"A gente vai arcar com todas as consequências e isso não vai mais se repetir. Vamos arcar com qualquer prejuízo que essa suposta pessoa [a proprietária do Comodoro] possa ter tido", complementa Panajotti.
O canal 3Sskaters tem hoje mais de 2,3 milhões de inscritos.
'Extra nunca autorizou uso do espaço'
UOL Carros procurou o Grupo Pão de Açúcar, dono do Extra, e a Estapar, responsável pela administração do estacionamento.
As duas empresas enviaram uma resposta conjunta:
"A rede informa que, assim que teve conhecimento do ocorrido, colaboradores da unidade solicitaram que os rapazes se retirassem do estacionamento. Enfatiza, ainda, que a unidade nunca autorizou a utilização de qualquer espaço do estabelecimento para que as manobras fossem realizadas. Adicionalmente, a Estapar, operadora do estacionamento, está tentando contato com a cliente e, em conjunto com o Extra, vai prestar todo o atendimento necessário".
A reportagem repassou o vídeo e as informações apuradas para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que não enviou posicionamento.
Já o Google, dono do YouTube, informa que os youtubers do 3Sskaters tornaram a publicação privada e ela não foi retirada do ar pela plataforma.
"O YouTube é uma plataforma de vídeo aberta e qualquer pessoa pode compartilhar conteúdo, que está sujeito a revisão de acordo com as nossas diretrizes da comunidade. Qualquer usuário que acredite ter encontrado uma violação de nossas políticas pode fazer uma denúncia e nossa equipe fará a análise do vídeo. Quando não há violação à política de uso do produto, a decisão final sobre a necessidade de remoção do conteúdo cabe ao Poder Judiciário, de acordo com o que estabelece o Marco Civil da Internet".
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