Caçador tenta salvar Ferrari afundada durante 26 anos de virar sucata
Ferraris com perda total têm o seu valor e não é apenas no mercado de desmanche.
Em 2013, após bater sua Dino 308 GT4, o escultor francês Bertrand Lavier vendeu o carro como obra de arte por US$ 250 mil (cerca de R$ 1,1 milhão na cotação de sexta-feira).
Um exemplar em bom estado custa, em média, US$ 50 mil (R$ 270 mil).
Há pouco mais de três anos, o artista plástico Simon Birch destruiu propositalmente sua Mondial, registrou tudo em vídeo e transformou o que restou dela em uma exposição na cidade de Los Angeles (EUA).
Agora, internautas fazerm campanha nas redes para que outra Mondial detonada, modelo 1987, vire peça de museu.
Ela está em condições tão críticas que uma restauração é praticamente inviável. A Ferrari foi retirada no mês passado de um rio em Amsterdã (Holanda), onde supostamente ficou submersa por 26 anos. Os restos mortais do cupê correm o risco de virar sucata, definitivamente.
O britânico Scott Chivers, dono do canal Ratarossa no YouTube, é um dos que encamparam a proposta de "salvar" o carro - mesmo que nunca mais volte a rodar.
Especializado em comprar Ferraris em mau estado por barganhas, para depois restaurá-las na própria garagem, Chivers quer encontrar um local que abrigue o veículo.
"Já não é mais financeiramente possível restaurar e colocar o carro de volta às ruas. Porém, eu gostaria de salvá-lo de ser compactado para virar sucata, que é o destino dessa Ferrari, de acordo com o governo holandês", conta o Caçador de Ferraris para UOL Carros.
"O único jeito de evitar que isso aconteça é encontrar um museu ou um zoológico com aquário que possa exibir a Mondial ao público. Seria muito legal visitar o aquário e ver uma Ferrari de verdade dentro dele, cercada por tubarões".
Scott Chivers diz que "não é o único" na missão de achar um novo lar para a Mondial.
Ele acredita que levar a história para a mídia poderá ajudar a evitar a destruição do que restou da Ferrari vermelha.
Uma Mondial do mesmo ano em condições de rodar custa entre 25 mil e 50 mil libras (de R$ 177 mil a R$ 355 mil), informa.
Ferrari foi furtada em 1994
Chivers recebeu de um seguidor fotos recentes da Ferrari estacionada em um ferro-velho de Amsterdã, onde ela ainda permanece após ser resgatada - segundo o youtuber.
A Mondial foi localizada por acaso por mergulhadores em treinamento antes de ser içada das águas.
A polícia descobriu que se tratava de um veículo roubado em 1994, que seguia sumido desde então.
A Ferrari tinha seguro e na época o dono recebeu a indenização. A seguradora hoje é a proprietária legal, mas aparentemente não tem esperanças de reaver o dinheiro perdido.
Como seria de se esperar, a temporada dentro do rio causou danos catastróficos: o motor 3.2 V8 instalado entre os eixos na traseira está coberto de lama e ferrugem. A cabine exibe painel e forrações destruídos.
Comparando fotos tiradas logo depois de sair do rio com imagens posteriores, nota-se que algumas peças já sumiram. Ele não sabe dizer se foram furtadas ou retiradas pela própria seguradora.
"O volante, por exemplo, desapareceu. É igual ao da minha Testarossa. A Ferrari não fabrica mais a peça, que vale cerca de mil libras (R$ 7,1 mil) no mercado".
Como é a Ferrari 3.2 Mondial
Lançada em 1985, a Mondial é um cupê de quatro lugares com motor central traseiro instalado entre os eixos.
Dotado de oito cilindros em "V", o propulsor tem 3,2 litros de capacidade cúbica e injeção e ignição eletrônicas.
Novo, rende 274 cv de potência e é gerenciado pela transmissão manual de cinco marchas - a tração, evidentemente, é traseira.
O chassi é do tipo tubular, enquanto a fabricante de Maranello (Itália) informa velocidade máxima de 250 km/h e aceleração de zero a 100 km/h em 7,4 segundos.
A produção, encerrada em 1989, foi de apenas 987 unidades.
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