Chevrolet Celta: lançado há 20 anos, hatch nasceu 'pelado' e virou sucesso
Resumo da notícia
- Lançado em setembro de 2000, Celta seria o carro mais barato do país, mas não conseguiu
- Boas vendas fizeram hatch ganhar refinamento e melhorias no projeto original
- Popular sobreviveu até 2015, quando foi 'aposentado' pelo Onix
A Chevrolet ainda colhia os frutos do bem sucedido Corsa no fim dos anos 90, mas já trabalhava em um projeto mais ambicioso.
Conhecido internamente pelo codinome "Blue Macaw" (ou "Arara Azul", em bom português), o Celta só teria seu nome revelado em 2000, quando estreou com a missão de bater o Fiat Mille - até então o carro mais barato do país.
O Celta foi lançado oficialmente em setembro de 2000, ou seja, há exatamente duas décadas. E é claro que UOL Carros não poderia deixar a efeméride passar em branco. Afinal de contas, estamos falando de um dos carros mais vendidos da história da Chevrolet no país.
Peladão
Feito sobre a plataforma do Corsa na recém-inaugurada fábrica de Gravataí (RS), o compacto passou por uma pesada contenção de despesas para custar barato.
Havia medidas mais óbvias, como o uso excessivo de plásticos (inclusive nos painéis de portas, algo que se tornaria padrão nos anos seguintes) e a ausência de conta-giros nas versões mais baratas. E outras pouco comuns na época, como os encostos de cabeça sem regulagem de altura ou o tampão do porta-malas sem revestimento acarpetado. Isso sem contar as peculiaridades do projeto, como a buzina localizada na lateral da alavanca da seta, como em alguns carros franceses. A carroceria de duas portas era a única disponível na época.
Tudo isso foi feito com a intenção de que o Celta fosse o mais barato do Brasil. A imprensa especializada da época apontava que R$ 10.900 era a meta da GM, algo que não aconteceu. Talvez por isso é que, a medida que o carro foi vendendo bem, a marca deixou essa ideia de lado e começou a refinar o "ex-pelado" popular.
Melhorias graduais
Em 2002, o hatch trocou o motor 1.0 de 60 cv (que veio do Corsa Wind) pelo VHC, que entregava 70 cv. Na mesma época vieram a carroceria de quatro portas e (pasmem) vidros e travas elétricas, que eram instalados como acessórios nas concessionárias.
No ano seguinte, o Celta ganhou a motorização 1.4 de 85 cv e 11,8 kgfm. Outra novidade foi a edição limitada Piquet, feita sob encomenda por uma fabricante de lã de aço. Apenas 30 unidades foram produzidas, todas na cor amarela - como aconteceu com o Corsa Piquet.
Várias novidades surgiram em 2005. A primeira delas foi o lançamento do Celta Off-Road, que nada mais era do que um kit de acessórios composto por quebra-mato dianteiro e traseiro, estribos laterais e rack no teto. Podia ser instalado, inclusive, em veículos usados.
A GM ainda celebrava a marca de 500 mil unidades produzidas quando anunciou, em junho daquele ano, o lançamento da tecnologia bicombustível, batizada pela empresa de Flexpower.
Ainda em 2005 viria a primeira reestilização. Na frente, faróis e grade foram repaginados com inspiração no Vectra vendido na ocasião. Por dentro, o painel de instrumentos foi substituído por outro mais refinado, mas o acabamento permanecia espartano.
Sedã e mais segurança
Em 2006, a Chevrolet lançou a versão sedã do Celta. O Prisma tinha linhas bonitas e mais harmoniosas que as do hatch. Posteriormente, o Prisma se tornaria derivado do Onix em sua segunda (e última) geração.
Três anos mais tarde, o motor VHC ganhou melhorias e ficou mais potente, chegando aos 78 cv. Até seu nome mudou para VHCE - de "Very High Compression Economy", em inglês. O conjunto também equipava o sedã Classic.
Nova reestilização surgiu em 2012 com leves retoques na grade, que trazia novo desenho, enquanto a gravatinha dourada perdia o aro cromado. Por dentro, alguns botões foram redesenhados e o painel de instrumentos ganhou grafismo azulado.
A gama de versões foi rebatizada para LS e LT, sendo que, no ano seguinte, o Celta passou a ter airbag duplo e freios ABS como opcionais pela primeira vez. Os itens se tornariam de série a partir de 2014 com a obrigatoriedade destes equipamentos por lei.
A hora do adeus
Antes disso, porém, a GM já havia decidido encerrar a produção da carroceria de duas portas em 2013.
O Celta já dava claros sinais de cansaço em 2014 quando ganhou a série especial Advantage. Assim como outros modelos da marca que tiveram a mesma versão, a edição se destacava por trazer de fábrica equipamentos que normalmente eram vendidos como opcionais.
O hatch se despediu em 2015, quando foi "substituído" pelo Onix, que, a partir do ano seguinte, se tornaria o carro mais vendido do país. Em 2016, a Chevrolet preencheu a lacuna deixada pelo Celta com o Onix Joy, versão mais simples que tinha a carroceria pré-reestilização do compacto.
Depois de 15 anos de bons serviços prestados, o Celta se despediu com quase 1,7 milhão de unidades vendidas, fazendo dele um dos maiores sucessos recentes da história da Chevrolet no Brasil.
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