VW Kombi segue em alta no mercado de clássicos seis anos após aposentadoria
Resumo da notícia
- Kombis das décadas de 1950 e 1960 são as mais cobiçadas e caras
- Versões mais recentes, como Série Prata e Last Edition, também são procuradas
- Especialista em antigos diz que faltam Kombis boas para restauração
Lá se vão quase seis anos desde a aposentadoria da Volkswagen Kombi. A icônica perua foi produzida no país por 56 anos ininterruptos e ganhou até uma comovente campanha de "deslançamento" na forma de um testamento com seus últimos desejos.
Diante de tanto carisma, é natural pensar que a "Velha Senhora" (como é carinhosamente chamada por seus fãs) rapidamente entraria para o seleto grupo de clássicos nacionais.
E foi exatamente o que aconteceu. Hoje, alguns modelos e versões da Kombi são disputados a tapa por colecionadores de todas as partes do Brasil.
"Os modelos mais cobiçados são os fabricados antes de 1963 e com 11 janelas, mas essas Kombis são muito difíceis de encontrar hoje em dia. Existem outros modelos, com a Kombi split (que traz o para-brisa dividido) fabricada de 1963 a 1975", revela Eduardo Gedrait, presidente do Sampa Kombi Clube.
A rara Kombi de seis portas (que foi concebida para facilitar o acesso às fileiras de bancos) também desperta curiosidade e cobiça.
"Como a produção dela foi pequena e a maioria das unidades foi utilizada até a exaustão, principalmente como táxi, fica difícil até classificá-la como um modelo valorizado", diz Eduardo.
'Ou é boa ou não é'
Apesar da grande quantidade de unidades fabricadas (calcula-se que mais de 1,5 milhão de veículos foram produzidos), não é fácil encontrar uma Kombi em bom estado de conservação.
"Hoje em dia, a Kombi é um dos carros mais difíceis de serem restaurados. Acho que existe uma lacuna entre Kombis muito boas e aquelas mais ou menos. Então ou ela é muito boa e vale muito ou ela é mais ou menos e não vale o investimento porque o valor gasto na restauração seria maior do que o valor do veículo pronto", afirma Mau Marx, da Universo Marx, empresa especializada na restauração e venda de carros antigos.
Anos atrás, houve uma explosão no número de peruas brasileiras restauradas e exportadas para vários países, especialmente na Europa. Marx diz que o aquecimento desse mercado resultou em restaurações mal feitas.
"Está difícil encontrar Kombis íntegras, que são as que podem ser exportadas. Vejo que esse mercado já foi muito grande. Ainda é bom, mas aquela febre da compra delas não é mais como antes, até porque o pessoal no exterior não compra Kombi mais ou menos".
Justamente pela dificuldade de achar exemplares em condições de restauro é que os veículos impecáveis são vendidos por cifras altíssimas. Uma rápida pesquisa em sites de classificados de veículos e lojas de veículos antigos mostra que os valores estão na casa dos R$ 100 mil.
"É importante frisar que as Kombis caras têm esse preço por conta do estado dela, até porque Kombi não é só levar para a oficina e dar um trato. Ou ela é boa ou não é", opina Mau.
Novas também estão bem na fita
As Kombis clássicas não são as únicas a serem valorizadas no universo do antigomobilismo.
Uma das mais disputadas é a Kombi Carat, versão de luxo da perua lançada em 1997 para enfrentar a Kia Besta. Além do visual mais refinado (que incluía cores exclusivas e calotas), a perua tinha acabamento interno em tecido de qualidade parecida com a dos automóveis de passeio mais caros da VW. Encontrar uma unidade em bom estado de conservação e com as características originais é quase impossível.
Eduardo também cita outras versões recentes, como a Série Prata (que marcou a despedida do motor a ar) e a Edição 50 Anos, de 2007, que teve apenas 50 unidades produzidas.
Até a controversa Last Edition, que ficou marcada pela desastrosa decisão da VW de aumentar sua produção após alguns colecionadores já terem reservado suas peruas, já é valorizada.
"Muitas delas ficaram encalhadas no estoque e eram até oferecidas abaixo do valor, mas, hoje em dia, a procura já é maior e o valor aumentou", conclui Marx.
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