Assinar ou comprar? O que vale mais a pena na hora de trocar de carro
Resumo da notícia
- Serviço de assinatura livra cliente de gastos com manutenção e IPVA
- Cliente paga valor excedente se ultrapassa limite de quilometragem por mês
- Economista diz que assinar é bom para quem troca muito de carro
Faz algum tempo que locadoras e seguradoras lançaram um novo serviço para quem pensa em trocar de carro.
Os serviços de assinatura de veículos surgiram como uma alternativa interessante para andar de carro novo sem gastos com IPVA e manutenção.
Ao optar pelo serviço, o cliente paga uma mensalidade e pode trocar o veículo por um novo ao término do vínculo.
Uma das empresas que oferecem o serviço é a seguradora Porto Seguro. Desde 2017 ela oferece o Carro Fácil, no qual o cliente pode fechar um contrato de 12 a 24 meses.
"Durante esse período ele tem direito a um automóvel 0km e benefícios como seguro com cobertura de terceiros de até R$ 700 mil, manutenções preventivas, documentação, licenciamento e IPVA, além do serviço de leva e traz para revisões do veículo programadas na concessionária", afirma David Pereira, gerente do Porto Seguro Carro Fácil.
Queridinho dos investidores
Existe, porém, um limite de quilometragem rodada por mês.
No caso do Carro Fácil os planos são de 500 quilômetros, 1.000 quilômetros ou mais. Se ultrapassar o limite, o cliente paga um valor excedente por quilômetro ao término do contrato, mas pode contratar pacotes adicionais de acordo com sua necessidade.
"Ao final do contrato, o assinante devolve o veículo e pode contratar um novo plano de assinatura para retirar outro automóvel 0km. Ele poderá escolher novamente a duração do plano (12, 18 ou 24 meses) e o modelo, a cor e a placa do automóvel que deseja utilizar dentro do período selecionado. É importante ressaltar que o cliente sempre retira um carro zero, diferente do serviço de aluguel de um automóvel, em que o veículo não necessariamente será novo e os carros são utilizados por várias pessoas diferentes", ressalta David.
De acordo com o executivo, pessoas com perfil mais investidor costumam optar pelo Carro Fácil.
"São clientes que desejam ter mais liquidez e previsibilidade financeira, uma vez que todas as despesas são parceladas, não comprometem o fluxo de caixa e evitam eventuais surpresas, o que possibilita a realização de algum tipo de investimento. Hoje, 93% dos nossos assinantes fazem investimentos", revela.
Compro ou alugo?
Parece vantajoso, mas será que a opção é mesmo mais interessante do que comprar um carro novo?
"Se a pessoa precisa de um carro, mas não tem dinheiro para comprá-lo a vista, ela precisará recorrer ao financiamento. O custo de financiamento costuma ser caro e, se a pessoa tiver uma análise de crédito ruim, ele será ainda mais alto. Neste caso, quem não tem dinheiro para comprar o carro a vista deve olhar com mais carinho para a locação porque sairá mais barato que o custo do financiamento", afirma Henrique Castro, professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP).
O especialista também diz que o serviço pode ser bom para quem troca de carro em até dois anos.
"A desvalorização do automóvel costuma ser grande no primeiro ano de vida, então quem adquire um veículo e o troca com um ou dois anos está trocando de carro no período em que ele mais se desvaloriza. Então pegar um carro alugado pode valer a pena".
Seja qual for a decisão, o professor aconselha ponderar quais serão as vantagens e desvantagens antes de tomar sua decisão.
"É preciso levar em consideração, inclusive, o custo de oportunidade (benefício ou valor renunciado por conta de uma escolha). Ou seja, se eu não comprei o carro, então posso investir o valor que gastaria e já levo em consideração os rendimentos que terei ao investir".
Só que o serviço de locação (ou assinatura, como preferir) de carro não vale a pena para todo mundo.
"Se a pessoa tem dinheiro para comprar o carro a vista, o ideal é que ela faça os cálculos. Vale mais a pena comprar do que alugar. Quem fica com um veículo por quatro ou cinco anos também vai se dar melhor comprando um carro do que alugando. Isso porque ele já sofreu a desvalorização inicial nos primeiros anos e depois não haverá muita perda porque ele já depreciou. A conta é que, se você ficar com o carro de quatro anos em diante, vale mais a pena ter um carro próprio do que alugar", conclui Henrique.
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