Mitsubishi L200 HPE-S chega com equipamentos e coragem para enfrentar S10
Os motivos que levam à compra de uma picape são diversos. Há o agronegócio sempre bombando, fazendeiros que buscam um carro ao mesmo tempo de status e funcional. Esportistas amadores ou profissionais, que precisam de um transporte para bicicletas, pranchas e afins. Ou quem dê sentido à tração 4x4 por pura diversão. Nisso a Mitsubishi leva vantagem incontestável com seus programas de experiência, ralis e afins.
Mas não é preciso ser um fã da marca japonesa para ser conquistado pela L200 Triton Sport. Atualmente na quinta geração, a picape ganhou novidades que vão além da reestilização. A faixa de preço, indo de R$ 188.900 (GLS) a R$ 232.990 (HPE-S) não é lá muito competitiva, mas também não foge tanto das rivais.
O que muda além da estética torna a L200 mais interessante do que sua antecessora, rebatizada para L200 Triton Outdoor para que ambas convivam. A transmissão agora tem seis velocidades, que orquestram melhor a força do 2.4 turbodiesel de 190 cv e 43,9 kgfm de torque. Outros incrementos foram realizados no quesito segurança: sistema de frenagem autônoma, monitoramento de ponto cego e mudança involuntária de faixa e auxiliar de descida em rampas. E o sistema multimídia também novo, agora assinado pela marca JBL e com Apple CarPlay e Android Auto.
Como anda
Por cerca de 300 quilômetros, a L200 se mostrou capaz tanto no asfalto e, mais ainda, fora dele. Para começar, é fácil se ajeitar no posto de comando. O volante tem boa empunhadura e bons ângulos de altura e profundidade - este último nem sempre presente nas rivais. Não há o espaço interno da Volkswagen Amarok ou o acabamento refinado da Ford Ranger, mas é um ambiente agradável e confortável.
Para chegar a estradas longínquas, é preciso vencer o trânsito urbano. Motor e câmbio não atrapalham uma tarefa já mais delicada para uma picape, e entendem bem quando avançar ou reduzir para a marcha adequada. Não há confusão entre os dois.
Ganhamos a estrada, onde a picape chega fácil ao limite de 120 km/h. É hora de prestar um pouco mais de atenção no painel de informações. Não há muita criatividade na disposição de velocímetro e conta-giros (ou sem suas grafias), mas é tudo corretamente ofertado aos olhos do motorista. Inclusive no display central, onde temos consumo, autonomia, quilometragem e modos de tração.
Hora também de brincar com os paddle-shifts, que são do raro tipo fixo na coluna, não no próprio volante. E as aletas são bem grandes. Coisa de Lamborghini e Ferrari e um tanto extravagante para uma picape, mas uma experiência diferente.
Chegamos enfim aos desafios off-road, onde a L200 encarou de tudo: pirambeiras longas e assustadoramente íngremes, caminhos de pedra que, não fosse um instrutor ao meu lado dizendo "pode ir", nem imaginaria que passaria algo com quatro rodas ali, trechos com cascalho...Raramente precisamos da reduzia, o último recurso dos quatro modos de tração.
A picape causou ótima impressão não apenas pela bravura, mas por um raro equilíbrio entre firmeza e conforto interno quando passou sobre pedregulhos em velocidade mais alta, por exemplo.
Para a próxima geração, a L200 só precisa resolver duas coisas: a direção é pesada nas manobras e a tela multimídia sofre com a incidência da luz do Sol.
Atualmente na quinta posição no ranking de picapes, a L200 deve saltar para o quarto, quiçá terceiro, posto se confirmada a previsão da empresa de emplacar cerca de 1.200 unidades por mês.
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