Como funciona o serviço de carsharing de carros elétricos do Brasil
Resumo da notícia
- Serviço de carsharing só usa carros elétricos e opera em SP
- Usuário da beepbeep pode pegar carro em um local e deixá-lo em outro
- Empresa tem equipe que cuida de manutenção e até recarrega veículos
O carsharing ainda não tem a mesma força no Brasil em relação a países da Europa. Mas aos poucos o serviço vai se difundindo, especialmente em tempos de Covid-19, já que evitar aglomerações em transporte público é um dos conselhos para evitar o coronavírus.
Para se destacar das empresas que já oferecem esta comodidade, algumas empresas apostam em um diferencial, com frota composta exclusivamente por carros elétricos.
Operando desde o fim de julho de 2019 em São Paulo, a beepbeep atua em outras três cidades do estado: Guarulhos, Campinas e São José dos Campos. A meta é expandir as atividades para outras praças (como Barueri) em breve.
"O usuário paga mais caro se decidir pegar um Uber ou um ônibus entre São Paulo e São José dos Campos, então por isso decidimos ir para as cidades do interior", afirma Fábio Fagionato, co-fundador da beepbeep.
Pague por minuto
Fazer o cadastro leva apenas alguns minutos. O usuário só precisa baixar o aplicativo, tirar uma selfie e cadastrar os números da CNH e de seu cartão de crédito.
Feita a aprovação, o cliente pode reservar um veículo disponível e tem 15 minutos para chegar até o local. As portas são destravadas por meio do próprio app.
O usuário paga R$ 7,90 para realizar o desbloqueio do veículo, e mais R$ 0,60 por minuto de utilização. Caso fique com o carro por mais de dois dias, a tarifa cai para R$ 0,12 por minuto - e não cai mais depois de 48h.
De um ponto a outro
Outro diferencial importante é a possibilidade de retirar o veículo em um local e devolvê-lo em outro ponto. Assim, o usuário pode retirar um veículo no aeroporto de Guarulhos, por exemplo, e deixá-lo em outro ponto próximo a seu destino.
Esse modelo é chamado de "one way trip" (algo como "viagem de uma perna", em tradução livre) e, por enquanto, a beepbeep é a única empresa do setor a oferecê-lo.
"Hoje temos 60 estações, mas no momento temos 40 ativas, já que algumas delas não estão operando porque hotéis e prédios corporativos estão fechados", diz.
Pronto para usar
A maioria dos pontos da beepbeep ficam em locais fechados, como estacionamentos e shopping centers.
"A gente tem um bom relacionamento com parceiros e prefeitura, mas decidimos operar em locais privados como shoppings, estacionamentos. Procuramos pensar no que seja mais moderno e mais cômodo para os clientes".
Devido à complexidade do modelo adotado pela beepbeep, o serviço demanda uma equipe responsável pela manutenção e carregamento dos veículos.
Por meio de uma central eles podem identificar quais carros estão com carga baixa e realizam a recarga para evitar que o próximo usuário fique a pé. Em tempos de pandemia, os funcionários também se encarregam de realizar a higienização dos carros após o uso com produtos antibactericidas e até retiram carros quando as estações estão lotadas.
"Precisamos ter uma boa negociação com nossos parceiros para que seja possível parar vários carros lá, então combinamos um tempo que os veículos possam permanecer antes de retirarmos", afirma Fábio.
Manutenção simples
A frota inicialmente composta por 10 veículos já conta com 35 carros. Hoje, a beepbeep trabalha com Renault Zoe e JAC iEV40, mas outros modelos serão incorporados no futuro.
Por enquanto, Fábio se diz satisfeito com os custos para manter a frota.
"Não precisei fazer nada fora do que é previsto no plano de manutenção dos carros, e isso é bom porque carros elétricos não têm manutenção muito complexa e cara. Além disso, a previsão que fizemos de possíveis avarias também está abaixo do que esperávamos", conclui.
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