Por que carros de luxo desvalorizam tanto após um ano de uso
Resumo da notícia
- Levantamento aponta que alguns modelos desvalorizaram até 22% em um ano
- Alto custo das peças de reposição justifica perdas acima da média em certos casos
- 2020 atípico resulta até em valorização de carros após um ano de uso
Comprar um carro importado pode ser a realização de um sonho que durava anos. Mas só na hora de trocar de veículo é que alguns proprietários descobrem que alguns modelos perdem muito valor na revenda - mesmo com apenas um ano de uso.
Milad Kalume Neto, diretor administrativo de negócios da consultoria Jato Dynamics, acredita que parte da "culpa" está no pós-venda e no custos para manter o veículo.
"Alguns importados sofrem com uma reposição de peças muito onerosa em relação a modelos nacionais. Isso acontece pelo fato de os componentes serem produzidos fora do país, já que não existe demanda local suficiente para justificar a fabricação local".
Um levantamento feito pela KBB Brasil comparando os preços praticados na revenda em agosto de 2020, em comparação com o valor do mesmo veículo 0km um ano atrás, indica que alguns modelos desvalorizaram até 22%.
São os casos do Mercedes-Benz CLS 3.0 V6 4Matic e do Audi A3 Sedan Prestige Plus 25 Anos, que perderam 22,8% de seu valor em 12 meses. Até modelos mais "acessíveis" tiveram desvalorização significativa, como o Mini S Countryman E All4, cujo índice atingiu 18,2%.
Ano atípico
No entanto, o mesmo levantamento mostra casos curiosos de valorização. É o que aconteceu com o Mercedes-Benz CLA 2.0 4Matic, cujo valor de revenda subiu 1,3%. O Mini Cooper S Cabrio foi além e hoje vale 3,8% a mais do que há um ano.
Existem, porém, boas explicações para o fenômeno. Um deles é uma espécie de "efeito elástico" no preço do seminovo sobre o preço praticado no mesmo modelo 0km.
Assim, se o preço do veículo novo aumenta, a tendência é que o valor do carro seminovo também suba.
Outro ponto importante é o fato de que 2020 vem sendo um ano totalmente atípico. Além da alta desenfreada do dólar, que chegou a R$ 5,66 na semana passada, o coronavírus forçou a quarentena, paralisou fábricas e teve efeitos desastrosos na economia mundial - e claro que a indústria automotiva sentiu o baque.
Fora os fatores mercadológicos, existe mais um motivo - este mais óbvio.
"Alguns modelos importados são mais tecnológicos e possuem equipamentos e sistemas eletrônicos mais complexos do que similares nacionais. E sem contar também que esses veículos possuem itens e acessórios mais caros, como pneus e rodas, cujas peças sobressalentes são mais caras no mercado de reposição", conclui Milad.
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