Alfa Romeo: por que marca encanta mesmo longe do Brasil há quase 15 anos
Resumo da notícia
- Marca teve duas passagens pelo país; última delas terminou em 2006
- Chamados de 'Alfistas', fãs defendem marca com unhas e dentes
- Especialista brinca e diz que carros parecem ter 'vontade própria'
Poucas marcas despertam tanta paixão entre seus entusiastas como a Alfa Romeo.
Fundada há 110 anos, a empresa está longe do país desde 2006. Apesar disso, ela cultiva uma legião fiel de fãs, mesmo com a dificuldade em encontrar peças de reposição e mão de obra especializada. Mas por que a Alfa desperta tanta adoração?
"Ela é a mais 'humana' das marcas e faz carros incrivelmente apaixonantes. Vários fatores encantam, como design, os motores icônicos e a dirigibilidade única", analisa Marcus Myrrha, apaixonado pelo sedã 155.
O médico conta que a paixão surgiu na infância e se fortaleceu quando conheceu a história da marca, que foi a primeira campeã de construtores da Fórmula 1 e possui tradição no automobilismo. Foram as vitórias nas pistas europeias, aliás, que fizeram Marcus se encantar por um modelo em especial.
"Quando eu vi aquele carro nas pistas minha paixão reacendeu de uma maneira muito intensa. Então pensei que seria bom se esse carro viesse para cá, o que só aconteceu em 1995. Foi aí que comecei a sonhar com uma até conseguir comprar uma 155 zero quilômetro em 1998".
Após vender sua primeira 155 no fim de 2001, ele comprou seu segundo modelo dois anos depois. "Fiquei com esse carro até o ano passado e tive outras Alfas depois disso, incluindo 145, 156 e 164".
Nos últimos anos sua coleção se concentrou nos 155. Hoje são cinco carros, cada um de uma versão diferente. Um deles, inclusive, está caracterizado como viatura policial italiana - os famosos "Carabinieri".
"Acabei escolhendo a 155 porque gosto muito de história e queria contar a trajetória deste modelo no país".
Especialista em Alfas
A Alfa Romeo esteve no Brasil em dois períodos: de 1960 a 1986 e de 1990 a 2006. Assim, não faltam proprietários que ficaram órfãos de manutenção especializada.
É por isso que uma grande quantidade deles procura a Injetec, oficina de José Dib sediada em Curitiba (PR).
"Abri a oficina em 2005 atendendo carros de todas as marcas. Com o passar dos tempos, comecei a mexer na 156 de um amigo que sofria para encontrar peças e serviços de qualidade. Então pensei em investir no conhecimento das Alfas. Comecei a entender os motores mais modernos delas e ajudei esse amigo a fazer manutenção. Aí um cliente foi puxando o outro, e hoje atendo os sócios do clube, além de carros do Brasil inteiro".
Fã da marca por influência familiar, Dib é dono de três veículos: uma 156 Sportwagon, uma 145 Quadrifoglio e uma rara Sud Sprint. Por incrível que pareça, o mecânico afirma que é mais fácil encontrar peças para os modelos mais antigos.
"É claro que peças de acabamento são mais difíceis de conseguir, como acontece com modelos importados dos anos 90 e 2000. Mas, no geral, é possível manter os carros sem grandes problemas. As (Alfas) mais antigas, das décadas de 60, 70 e 80, são mais fáceis de manter pela grande quantidade de empresas especializadas que fazem peças na Europa. Então você consegue até reformar um carro do zero se quiser", conta Dib.
O especialista afirma que as Alfas Romeo parecem ter "vontade própria".
"Às vezes elas estão prontas para ir embora da oficina e acontece algum problema, parece que não querem sair daqui (risos). As 164 são especialistas nisso. Mas, embora não seja uma manutenção fácil, elas funcionam normalmente se tudo for feito dentro das especificações".
Apesar das dificuldades, Dib garante que a união entre aficionados pela marca torna as coisas mais fáceis.
"O clube da Alfa é um meio em que as pessoas gostam da marca e se ajudam. Foi assim que criamos até uma rede de oficinas espalhadas pelo país, que possuem um conhecimento aprofundado dos carros".
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