Gol GTI: quem fez clássico dos anos 90 subir de preço e custar R$ 200 mil
Lançado no fim de 1988, o Volkswagen Gol GTI virou a bola da vez no mercado de carros clássicos. Exemplares originais ou restaurados têm sido comercializados por preços entre R$ 150 mil e mais de R$ 200 mil.
Como UOL Carros já noticiou, a alta valorização se estende a outros carros nacionais e importados da década de 1990. O Gol GTI é o expoente dessa realidade: dez anos atrás, dava para comprá-lo em excelente estado por menos de um terço do custo atual.
Muitos dos GTIs que atingiram os preços mencionados saíram da oficina de Denilson de Freitas Santos, de 44 anos. Proprietário da By Deni Studio, inaugurada em 2013 e localizada em Indaiatuba (SP), ele calcula já ter reformado mais de cem unidades do esportivo da Volks.
Deni, como é conhecido, está acostumado a receber acusações, sob o anonimato das redes sociais, de "inflacionar" os preços.
"Com certeza, sou responsável por elevar o valor do Gol GTI no mercado, porém mereço esse reconhecimento. Coisa boa tem de ser valorizada. Já fiz clientes chorarem, emocionados, com a qualidade do meu trabalho", salienta o empresário.
Segundo ele, além do nível das suas restaurações, os preços têm escalado por conta da "lei de oferta e procura" - pois está cada vez mais difícil encontrar carros originais.
Seus clientes, diz, têm na maioria entre 45 e 55 anos de idade, bom nível financeiro e paixão pelo Gol GTI, lançado quando ainda eram crianças ou jovens.
Devido aos "haters" de plantão, Deni prefere não comentar quanto cobra por uma restauração, que ele e sua equipe realizam em GTIs legítimos.
"Trata-se muito mais do que um objeto, é algo que não tem valor mensurável. Faço carros para pessoas que têm paixão, uma história com o Gol GTI, e podem pagar por isso. Também trabalho por amor, o dinheiro é consequência".
Além da remuneração que considera "justa", o "homem GTI" menciona o reconhecimento que já recebeu da própria Volkswagen, que exibiu no Salão do Automóvel de 2018 uma unidade 1989 azul do hatch restaurada pela By Deni, posicionada ao lado do protótipo do Polo GTS - na época, ainda não lançado.
A aparição aconteceu 30 anos após o lançamento do Gol GTI.
Atualmente, a oficina de Denilson fica em um prédio de 2.000 m² na região industrial de Indaiatuba e conta com cerca de 15 funcionários.
Deni conta que, ao logo de sete anos, sua empresa "criou uma identidade" ao deixar o veículo do jeito como saiu da fábrica.
Como boa parte das peças de reposição já não existe mais, a própria oficina fabrica itens como os tecidos e as espumas dos bancos Recaro e peças de acabamento externo. Toda a parte mecânica é feita no mesmo local e pode incluir preparação, como adição de turbo, se o cliente assim desejar.
Os componentes são feitos de acordo com as especificações originais e apenas a parte da pintura é terceirizada - seguindo as opções de cor originais.
A empresa também reforma veículos de outros modelos.
Como tudo começou
O primeiro lampejo, que mais tarde resultaria na fundação da By Deni, ocorreu há pouco mais de dez anos. Nessa época, Denilson comprou um GTI abandonado e o reformou na garagem de casa.
"Esse primeiro foi a minha 'faculdade'. O trabalho atingiu um nível muito legal e vendi o carro a um cliente de Curitiba. O serviço foi sendo divulgado boca a boca e passei a restaurar um carro por ano, em média, aproveitando minhas folgas."
O pontapé que faltava para se tornar dono de oficina aconteceu em 2013, quando ele foi demitido da General Motors. Deni trabalhou durante quase 20 anos no campo de provas da Cruz Alta, em Indaiatuba, cumprindo funções como piloto de testes.
Já no embalo das reformas, abriu o estabelecimento, ainda pequeno e em outro endereço. O resto da história já é conhecido.
Como não poderia deixar de ser, Deni é apaixonado por Gol GTI e GTS, dos quais já teve vários exemplares. Atualmente, possui um GTI 1993 original cinza Spectrus que "não vende de jeito nenhum".
O carro divide espaço em sua coleção particular com uma VW Parati convertida em GTI, além de Volkswagen Passat 1984, Chevrolet Opala e Porsche Cayman.
"Por que GTI? É uma paixão que nasceu comigo. Gosto do carro e pronto. No fim da minha vida, espero ter chegado à marca de 200, 300 carros feitos por mim. É uma história que esses veículos trazem e irá permanecer".
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