Carro sobrevive intacto após navio ser fatiado, mas destino deve ser cruel
Finalizado no fim de semana passado, o corte da primeira fatia do cargueiro MV Golden Ray, tombado na costa da Geórgia (EUA) desde 8 de setembro de 2019, revelou parte da carga com cerca de 4,2 mil carros zero-quilômetro.
Fotos impressionantes exibem dezenas de veículos retorcidos e bastante danificados. Porém, chamou a atenção o fato de pelo menos um deles aparentar estar intacto, ainda virado de lado e preso às cintas usadas nesse tipo de transporte.
Trata-se do veículo branco no centro da foto acima, que ainda traz as películas de proteção aplicadas quando saiu da fábrica. Como toda a grade dianteira e boa parte do para-choque frontal estão cobertas, fica difícil identificar a marca e o modelo.
As imagens exibem picapes RAM, bem como SUVs da Chevrolet - fotos anteriores à operação de resgate mostram que a embarcação traz modelos como Tahoe e Suburban. O MV Golden Ray também teria veículos da Kia.
Mas qual será o destino do carro intacto e de outros que porventura tenham resistido ao naufrágio inteiros ou parcialmente preservados?
São grandes as chances de que o veículo utilitário branco e outros tenham sofrido danos durante o transporte da proa gigante para a terra firme ou posteriormente - há relatos de que alguns automóveis caíram no mar e foram em seguida retirados das águas.
Fato é que tanto o navio, pertencente à Hyundai Glovis, braço de logística da empresa sul-coreana, quanto a respectiva carga hoje pertencem a uma seguradora.
Pouco após o naufrágio, foi declarada perda total do cargueiro e dos carros no seu interior - as indenizações somadas chegam a algo em torno de US$ 160 milhões (R$ 822,4 milhões no câmbio de ontem).
As fatias do navio serão levadas para reciclagem em um estaleiro no Estado da Louisiana, enquanto a maior parte, senão a totalidade da frota de veículos nunca rodados irá ser desmontada para virar sucata.
Operação complexa
A remoção do MV Golden Ray do local onde permanece tombado há mais de um ano, próximo ao porto de Brunswick e entre as ilhas de Saint Simons e Jeckyll, teve início no dia 6 de novembro, após uma série de adiamentos - causados por fatores como a temporada de furacões e a pandemia do coronavírus.
O resgate, que consiste em cortar o cargueiro em oito fatias, com os veículos ainda no seu interior, também tem enfrentado contratempos.
Para recortar o MV Golden Ray, a Guarda Costeira e o restante do time encarregado da operação tem utilizado um guindaste capaz de içar 7,5 mil toneladas. O equipamento, chamado de VB-1000, também traz uma corrente com elos enormes que vai e volta, seccionando a estrutura metálica.
Foi montada uma barreira no entorno do navio para conter destroços e também materiais nocivos como gasolina, óleo lubrificante e outros fluidos contidos nos automóveis e que têm caído no mar.
O cargueiro tombou pouco mais de 20 minutos após deixar o porto de Brunswick rumo a Baltimore, também nos Estados Unidos.
De acordo com investigações preliminares, o naufrágio ocorreu por conta da má distribuição da carga, que elevou demais o centro de gravidade e fez com que o MV Golden Ray caísse de lado durante uma manobra.
Toda a tripulação foi resgatada com vida.
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