Com R$ 335 milhões em empréstimos, BNDES cobra Ford sobre saída do Brasil
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pediu explicações à Ford sobre o fechamento de fábricas e encerramento das atividades no Brasil, anunciado ontem pela montadora. Hoje, há dois contratos de empréstimo entre a Ford e o banco, no valor de R$ 335 milhões, além de 30 contratos de financiamento indiretos.
Segundo o BNDES, os contratos de empréstimo foram assinados em 2014 e 2017 e tinham como objeto projetos destinados ao desenvolvimento de novos produtos da montadora para o Brasil. Esses acordos também possuem cláusulas que preveem a manutenção do emprego durante a implementação desses projetos.
Os empréstimos já passaram da metade do prazo total e os pagamentos estão em dia, ainda de acordo com o banco.
Já os contratos de financiamento indiretos, que somam R$ 54,2 milhões, foram fechados por meio de parceiros, agentes financeiros previamente credenciados que são responsáveis pela análise cadastral e de crédito dos clientes, assumindo o risco das operações financeiras perante o BNDES.
O pedido por esclarecimentos foi feito ontem, segundo nota do BNDES enviada ao UOL. O banco disse aguardar as respostas para avaliar os impactos da decisão da Ford sobre os empréstimos ainda vigentes.
Encerramento das atividades
A Ford anunciou ontem o encerramento da produção de veículos no Brasil, com o fechamento das fábricas que a montadora mantém em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE), onde é fabricado o utilitário 4x4 T4, da Troller.
De acordo com a companhia, as três linhas de produção terão as atividades encerradas durante este ano, "à medida em que a pandemia de covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas".
A Ford informou que a produção de peças vai continuar mais algum tempo, para garantir estoque de componentes de reposição, enquanto três dos quatro modelos que eram fabricados aqui — Ka, Ka Sedan e EcoSport — deixam imediatamente de ser produzidos na Bahia e seguirão à venda apenas enquanto durarem os estoques.
Já o T4 segue em linha no Ceará até o quarto trimestre de 2021.
Com isso, a operação brasileira da oval azul ficará restrita à importação de modelos, como hoje acontece com o SUV Territory, trazido da China.
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