Fim do Ford Ka: quem herdará clientes do 6º carro mais vendido do Brasil
Ao anunciar a decisão de fechar todas as suas fábricas no Brasil, oficializada na última segunda-feira (11), a Ford alegou, dentre outros motivos, a busca por lucratividade e a necessidade de enxugar custos para tornar a operação local "sustentável".
Com isso, a marca vai se tornar apenas importadora e vai tirar de linha os modelos Ka, Ka Sedan e EcoSport assim que terminarem os estoques.
Apesar do momento de crise, o trio hoje tem vendas nada desprezíveis e sua extinção fará clientes migrarem para outras marcas - além de reduzir drasticamente a participação de mercado da oval azul.
A Ford fechou 2020 em quinto lugar no ranking das montadoras, com 139.225 vendas de automóveis e comerciais leves e 7,14% de market share. A maior parte desse volume corresponde aos três modelos que estão se despedindo: juntos, somaram 117.265 emplacamentos ou 84,2% do total.
Para se ter uma ideia, na somatória Ka, Ka Sedan e EcoSport venderam no ano passado mais do que os 86.548 licenciamentos do vice-líder Hyundai HB20 e se aproximaram do primeiro colocado Chevrolet Onix (135.351).
A performance não foi suficiente para manter a produção local, mas uma coisa é certa: outras montadoras já se movimentam para herdar as vendas das quais a Ford abriu mão para se concentrar em SUVs e picapes, com preços mais elevados.
Herdeiros
Vamos tomar como exemplo o Ka, cuja atual geração foi lançada em 2014 e reestilizada em 2018, quando passou a contar com a opção de câmbio automático.
O hatch compacto foi o sexto veículo zero-quilômetro mais vendido em 2020, com 67.491 exemplares comercializados - bem próximo das 71.151 vendas do Volkswagen Gol no mesmo período. Sozinho, foi responsável por quase metade de todos os emplacamentos da Ford.
Nos cinco anos anteriores, teve lugar cativo no "top 5" e o vácuo aberto será inevitavelmente ocupado.
Com preços sugeridos entre R$ 51.990 e R$ 69.990, o Ka deixa de ser alternativa para quem busca um carro de entrada e sua clientela atual deve aumentar, em maior ou menor nível, as vendas dos seus concorrentes diretos - alguns deles mais modernos e com versões turbo, o que o modelo da Ford não oferece.
Considerando os preços, que são fator decisivo de compra dentre os carros compactos, e o volume de vendas atual, o vice-líder Hyundai HB20 tem tudo para abocanhar uma boa fatia do espólio do Ford Ka.
Renovado há pouco mais de um ano, o modelo da marca sul-coreana parte de R$ 52.290 - quase o mesmo preço da configuração básica do hatch da Ford. O HB20 Sense, o mais barato da respectiva gama, também se apresenta como alternativa ao Ka SE, a versão mais vendida e que sai por R$ 52.890.
A partir da configuração SE Plus 1.0 (R$ 56.790), mais completa, porém menos emplacada, o leque de possíveis herdeiros do Ka é ampliado.
Nessa faixa de preço, no entanto, muitas alternativas são menos equipadas do que o Ka e até mais caras.
Candidatam-se modelos como o próprio Gol, cuja versão 1.0 "pelada" custa R$ 54.150; Fiat Argo, que parte de R$ 55.490; Chevrolet Joy Black, com preço de R$ 58.290; e Renault Sandero, por R$ 58.190 iniciais.
Por R$ 60.790, o novo Chevrolet Onix básico também não pode deixar se ser mencionado.
Vai de subcompacto?
As configurações intermediárias e de topo de modelos menores do que o Ka também devem absorver, em nível muito menor, uma parcela dos "órfãos" do modelo da Ford.
Custando de R$ 49.190 a R$ 57.990, o Fiat Uno é um exemplo, ainda que pesem contra ele os efeitos do tempo, visto que não recebe atualizações relevantes há anos.
Por R$ 50.390, o Renault Kwid Outsider é outra alternativa ao Ka de entrada, embora penalize consideravelmente o espaço interno. O mesmo vale para o Fiat Mobi Trekking (R$ 48.290).
Na sua opinião, qual dos modelos acima seria o substituto ideal para os compradores do Ford Ka?
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