Ford Escort raríssimo marcou estreia de Senna na F-1 e sobrevive em SP
Antes de anunciar o fim da produção de carros no Brasil no último dia 11, a Ford marcou época ao fabricar aqui modelos como Corcel, Maverick e Escort.
Dentre todos os automóveis nacionais da marca, o Escort XR3 Pace Car é um dos mais raros e colecionáveis. Sua primeira aparição aconteceu justamente na estreia de Ayrton Senna como piloto de Fórmula 1, no GP Brasil de 1984, disputado em 25 de março daquele ano.
Na prova realizada no circuito de Jacarepaguá (RJ), que Senna abandonou na oitava volta devido a problemas mecânicos, o Escort foi o "carro madrinha" - encarregado de prestar atendimento médico aos pilotos em caso de necessidade.
O exemplar utilizado na corrida deu origem a uma série especial, limitada a 350 veículos, conforme publicações da época. Um deles pertence ao colecionador Alexandre Badolato e hoje está guardado no interior de São Paulo.
Badolato, dono do maior acervo de carros Dodge do Brasil, comprou seu Escort XR3 Pace Car 1984 em junho de 2016, trazendo interior original e exterior já restaurado. A raridade exibe as características faixas azuis laterais, para-choque traseiro da versão L, carroceria branca e rodas de liga leve na mesma tonalidade.
Ele estima que a produção do Pace Car tenha sido ainda menor do que foi noticiado quando o modelo chegou às concessionárias.
"Eu duvido que a Ford tenha fabricado tantos e acredito que quantidade real seja cerca de 30. Se você observar veículos da época com volume semelhante, como o Fiat Oggi CSS, são muito mais fáceis de encontrar".
O colecionador estima que atualmente existam menos de dez unidades do veículo histórico originais rodando por aí. Por conta da raridade, avalia que custem o dobro do valor cobrado por um XR3 convencional da mesma época.
Badolato conta que o primeiro dono do seu Pace Car adquiriu o carro no dia seguinte ao GP Brasil, vencido por Alain Prost a bordo de uma McLaren, com direito ao "Tema da Vitória" na transmissão da TV Globo - que mais tarde seria tocado exclusivamente nas vitórias de brasileiros na F1.
A edição limitada foi criada para promover o lançamento do Escort XR3, que estreou em dezembro de 1983. O próprio Ayrton Senna foi garoto-propaganda do XR3, que inclusive teve na garagem.
Potência modesta
Enquanto o exemplar utilizado na corrida trazia turbo e rendia cerca de 200 cv, os vendidos nas lojas têm mesma mecânica do XR3 comum, que não chega a empolgar: motor 1.6 CHT de 83 cv e 12,8 kgfm, gerenciado pelo câmbio manual de cinco marchas com tração dianteira.
Apesar da cavalaria baixa, o atual proprietário diz que o carro não faz feio e é até divertido de acelerar, com seu volante diminuto e a suspensão independente traseira.
A cabine totalmente original e não restaurada traz os bancos as portas com tecido cinza já desgastado, enquanto o painel conta com rachaduras - detalhes esperados em um automóvel fabricado há 37 anos. Destaque para o sistema de som "autoreverse", cuja fita não precisa ser virada.
"Pretendo manter o Pace Car do jeito como está, com todos os seus defeitos. Só cogito trocar os revestimentos se aparecer uma forração original de estoque antigo, o que, convenhamos, é muito difícil.
Alexandre Badolato tem outros quatro Fords na coleção: outro Escort XR3 amarelo, além de Maverick V8, Galaxie e Mustang.
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