Stellantis: o que FCA e PSA têm a oferecer de melhor para o novo grupo?
Vocês já sabem quais as marcas fazem parte do novo supergrupo automotivo, Stellantis, vocês também viram o que deve acontecer no Brasil com as principais marcas instaladas aqui. Agora é a hora de entender quais melhorias e benefícios cada grupo (FCA e PSA) tem a oferecer e dividir com o resto da companhia.
O quarto maior grupo automotivo, segundo os dados dos últimos anos, tem deficiências que devem ser sanadas com a junção das duas companhias em um só grupo, com 18 marcas. Em termos gerais, as companhias se uniram para sobreviver ao dividir seus pontos fortes e reduzir as deficiências.
Eletrificação
A FCA sofre nessa questão e por isso, ela foi responsável por boa parte do lucro da Tesla em 2020. Bem, para não pagar multas astronômicas nos EUA e Europa pelo número geral alto de emissão de poluentes, a empresa comprou US$ 1,8 bilhão em créditos de carbono da Tesla em 2019.
Para isso, a PSA vai ser um apoio e tanto. A empresa tem diversos modelos com versões híbridas ou elétricas, o que deve fazer com o grupo inteiro tenha uma performance melhor nesse sentido. Além disso, mesmo a passos lentos, a marca Jeep colocou no mercado versões híbridas plug-in de Wrangler, Compass e Renegade, três carros de volume para o grupo.
E o CEO da marca, Carlos Tavares, sabe disso. Ele disse em entrevista à publicação Bloomberg que "o grupo não terá problemas com as restrições de carbono mesmo encerrando o contrato com a Tesla".
Motores
Nesse caso, a FCA é quem tem a primazia sobre a PSA. Hoje, o principal motor da companhia é o 1.6 turbo que foi desenvolvido em uma joint-venture com o grupo BMW. A parceria acabou em 2016, após 14 anos, a BMW já tirou esse motor de linha, mas ele continua sendo o principal propulsor da PSA.
O moderno 1.2 de três cilindros da PSA não consegue atender aos SUV maiores, que ainda se apoiam no 1.6 turbo de 165 cv com gasolina. A versão flexível desenvolvida para o Brasil tem mais potência, chega aos 173 cv com etanol.
Porém, a Fiat já lançou na Europa e está iniciando a produção no Brasil dos novos 1.0 e 1.3 Turbo da família Firefly. Dados preliminares já os colocam como motores mais eficientes, o 1.3 que atenderia aos modelos superiores da gama da PSA, na Europa rende até 180 cv.
Mas o principal aqui é: enquanto a PSA não trouxe o novo Peugeot 208 com o 1.2 turbo da Europa porque não tem escala para produzir um motor caro, os propulsores da Fiat já estão por aqui e foram desenvolvidos para Etanol desde o início, o que facilita a adaptação aos carro das marcas francesas, talvez o próprio Peugeot 208 no facelift de meio de ano.
O mesmo ocorre com o motor turbodiesel, que a FCA tem aqui para os modelos da Jeep (Renegade, Compass e o novo SUV de sete lugares). Se a Peugeot apostar no mesmo câmbio ZF de oito marchas pode integrar também no 5008 o diesel no Brasil se ele cumprir as demais obrigações da categoria.
Plataformas e engenharia
Para fazer uso das tecnologias de eletrificação da PSA, a FCA vai precisar entender totalmente a plataforma da parte francesa do grupo. Afinal, são as plataformas CMP (compactos) e EMP2 (médios) que permitem que todo carro lançado atualmente pela PSA tenha versões híbridas, elétricas e a combustão.
UOL falou com especialistas do setor que não veem a adoção total da plataforma da PSA. "Especialmente a de médios é feita com o espero e detalhes que o europeu considera, mas o brasileiro não. É o mesmo problema que a PSA teve na China, eram plataformas muito refinadas para um consumidor que não faz tanta questão", disse.
O porém é a marca Jeep, que com um ticket já mais elevado que o da Fiat, pode adotar mais dessa plataforma sem prejuízo em questão de custo e valores para os carros. Por outro lado, falando especialmente de Brasil, a engenharia local da Fiat pode ajudar os carros franceses a terem uma suspensão com o ajuste ideal para o País, algo que eles nunca conseguiram.
A Fiat com sua capacidade de criar plataformas mais baratas e soluções engenhosas em termos de engenharia, pode ajudar a PSA a reduzir custos locais, ao passo que a PSA pode ajudar a Fiat apostar mais em questões de design e acabamento, mesmo sem realmente um carro efetivamente requintado.
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