Fiat Grazie Mille que nunca rodou em 7 anos é tributo a 'Uno com escada'
Nesta semana, a Fiat informou que avalia tirar o Uno de linha no Brasil devido às baixas vendas. Esta seria a segunda despedida do compacto, cuja primeira geração, rebatizada como Mille, deixou de ser produzida no País no fim de 2013.
Para marcar o adeus do "Uno quadrado" há pouco mais de sete anos, a montadora lançou a série especial Grazie Mille, com produção limitada a 2.000 unidades numeradas. O exemplar de número 230 repousa até hoje no interior de Santa Catarina sem praticamente ter rodado.
O carro em questão, na cor prata Bari, está na pequena cidade de Quilombo, no Oeste catarinense, e marca apenas 10 km no hodômetro. Além disso, até hoje o Mille não foi emplacado.
Quem conta a história é o empresário Ângelo Campagnolo, dono da raridade que faz inveja a muitos colecionadores. Aos 38 anos, ele adquiriu o veículo na vizinha Chapecó já pensando em guardá-lo para a posteridade.
"Trouxe o Grazie Mille em um caminhão para não pegar quilometragem. Após comprar vários e vários Unos durante minha vida, resolvi adquirir este e 'aposentá-lo'. O meu fica protegido por uma capa e nunca viu chuva", relata.
Campagnolo, que também cumpre mandato como vereador de Quilombo, é proprietário de uma empresa provedora de internet e calcula já ter tido cerca de dez unidades do Uno, com direito a escada no teto, para pegar no batente.
"O Mille é 'pau para toda obra', o legítimo 'carro de firma'. É robusto, tem manutenção barata e aguenta tudo. O Grazie eu não dirijo, mas os outros usei bastante no dia a dia, inclusive para viajar".
Ele diz que já considerou vendê-lo há pouco mais de um ano, mas acabou mudando de ideia para não se arrepender depois. Hoje, nem pensa em fazer negócio.
"Já vi outros anunciados por R$ 45 mil, mas não conheço um Grazie Mille zerado como o meu. Este eu vou manter como uma homenagem por tudo o que o Uno já fez por mim e minha família".
O empresário pagou o preço de tabela na época da aquisição: R$ 31,2 mil.
Ângelo Campagnolo guarda até hoje o papel com a lista de itens de série da série especial, que em sua maioria eram opcionais na versão comum: ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros dianteiros elétricos, rodas de liga leve, sistema de som com MP3 e subwoofer.
Além disso, o hatch saiu da fábrica com diferenciais como forro de teto escurecido, bancos com revestimento exclusivo, painel de instrumentos com grafismo diferenciado, pedaleira metálica, para-choques pintados, ponteira do escapamento cromada e coluna traseira com adesivo alusivo à série derradeira. Tudo isso somado à placa numerada no painel.
"É uma edição limitada com ótimo custo-benefício. Um Grazie Mille custava a mesma coisa ou até menos do que a versão padrão com todos os opcionais disponíveis".
O Uno especial de Campagnolo faz companhia a outros carros da sua coleção, como Fuscas, Dodge Magnum, Volkswagen Gol GT e Porsche 944.
Preços estão subindo e já chegam a R$ 50 mil
UOL Carros conversou com especialistas do mercado de automóveis clássicos e ouviu que o Grazie Mille tem subido de preço, embora ainda seja um carro relativamente recente.
Exemplares mais rodados e bem conservados são vendidos por aproximadamente R$ 40 mil, enquanto unidades zeradas como a de Campagnolo já alcançam a faixa de R$ 50 mil.
Robson Cimadon, o Alemão, dono da loja Século 20, diz que o Grazie tem grande aceitação entre amantes de carros clássicos.
"É bastante desejado por colecionadores devido à baixa produção. Um carro como o do Ângelo, que é meu cliente, é investimento certo, vale mais do que comprar ouro e vai subir de preço a cada ano por ser um veículo com só 2.000 unidades", afirma.
Especializado em garimpar veículos antigos pouco rodados para revenda, Reginaldo Ricardo Gonçalves, o Reginaldo de Campinas, concorda com o colega, mas não vê a eventual aposentadoria do Uno "redondo" como um fator a valorizar ainda mais o Grazie Mille.
"As duas gerações não têm nada a ver. O Uno 'redondo' já perdeu o encanto e o pessoal gosta muito mais do modelo original, 'quadradinho'. Eu avalio hoje um Grazie zero em R$ 50 mil".
Alemão segue a mesma linha de pensamento:
"Não consigo enxergar valorização do Grazie Mille por conta do fim do Uno atual. São modelos distintos".
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