Carros usados: veja quais são os modelos mais valorizados no mercado
Com o mercado de zero km sem conseguir atender a demanda por carros novos, o mercado de usados e seminovos está bastante aquecido. Enquanto alguns clientes que buscam modelos zero km e tem que esperar até 150 dias por um carro, o segmento de seminovos está acelerado e alguns carros parecem pão quentinho: todo mundo quer e não para de sair.
Segundo o consultor da ADK Automotive, Paulo Roberto Garbossa, algumas características fazem deles seminovos valorizados. "Um carro muito vendido gera um mercado ao redor dele, com produção de auto peças, o que garante uma reposição tranquila de peças se necessário", disse.
Garbossa também completa dizendo que oficinas independentes terem conhecimento de reparo permite que o carro seja valorizado. "Se tem peça e tem quem saiba fazer reparos, se necessário, o carro se mantém valorizado e rodando", completou. "Se quebrar no sul ou no norte do País, alguém tem que saber consertar", pontua.
Um lojista independente fez uma comparação: "é mais fácil encontrar peça e quem saiba mexer em um Alfa Romeo 155 ou em um VW Gol? Peças você encontra facilmente para qual deles? Então fica fácil saber quem vende mais fácil e vai desvalorizar menos", afirma.
Lojistas independentes e vendedores de concessionárias confirmam: picape é a febre do momento. Em condição de anonimato, um vendedor de uma revenda diz que as "Fiat Strada e Toro nem entram no estoque". As duas picapes têm sido muito procuradas e mesmo unidades da geração anterior da Strada também tem boa saída.
A picape Hilux é outra que não para. "Geralmente as picapes trocam de mão em mão, antes de quem vendeu comprar uma nova. Um cliente pagou R$ 190 mil na Hilux nova no fim de 2019 e, um ano depois, com 30 mil km rodados, vendeu por R$ 200 mil porque já tinha encomendado uma da 2021.
Esses carros muito concorridos têm clientela e fila de espera. Um comerciante afirma que ele tem lista de contatos de pessoas esperando aparecer Strada, Toro e Hilux seminovas para negociar.
Claro que há também os clássicos que nunca saem da lista de mais valorizados, não importa qual a geração. Os japoneses, especialmente dominam esta lista. Os Honda Civic e Fit têm clientes que trocam os carros por unidades novas e já tem lista de clientes esperando para comprar seus usados.
Na Toyota, além da Hilux, Corolla e o Etios também se tornaram queridinhos do mercado de seminovos e usados. Segundo Garbossa, além das questões citadas acima, os carros japoneses surfaram na cultura de confiabilidade da pessoa japonesa. "Os carros pegaram a mesma fama das pessoas", diz. Além da fama os carros têm mecânica realmente confiável e que melhora a reputação.
O Etios, que no começo quando chegou ao Brasil em 2012 sofria com preconceito pelo visual nada agradável, também virou queridinho. A fama de econômico, bom e confortável fez com que os defeitos fossem ignorados pela clientela de seminovos. Além disso, a Toyota chegou a melhorar uma das coisas que mais incomodavam os clientes: o painel.
Entre os SUVs, quem surfa na fama do zero km são os exemplares usados do T-Cross. Quem já esteve mais em alta, mas tem clientela pelo exemplo dos demais modelos da marca é o Honda HR-V, já que a mecânica do SUV compacto é a mesma do Honda Civic.
Ao questionar um lojistas sobre o que faz um carro desvalorizar, ele foi taxativo: "veja Peugeot e Citroën, poucos mecânicos sabem mexer, quem sabe cobra caro e ficou com fama de carro que quebra e ninguém conserta, então se puder prefiro não pegar", finaliza.
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