Saída da Ford do Brasil: Dieese estima perda de 124 mil postos de trabalho
A saída da montadora Ford do Brasil deve gerar a perda de 124 mil postos de trabalho. A projeção é do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
A multinacional anunciou há um mês o fechamento de todas as suas fábricas no país e, com isso, a demissão de 5.000 funcionários. O cálculo do Dieese considera as demissões anunciadas, além de 118.864 postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos.
Ainda segundo o Dieese, essas demissões podem resultar em perda potencial de massa salarial da ordem de R$ 2,5 bilhões ao ano, considerando-se os empregos diretos e indiretos. Além disso, haverá queda de arrecadação de tributos e contribuições em torno de R$ 3 bilhões ao ano.
A montadora encerrou as atividades produtivas em Camaçari (BA) e Taubaté (SP) em janeiro, e deve fechar a unidade de Horizonte (CE) até o fim do ano. Os veículos continuarão sendo vendidos aqui, mas serão importados da Argentina e do Uruguai.
No entanto, a Ford ainda enfrenta questões judiciais para desligar as fábricas. Ontem, a montadora apresentou recurso contra as liminares da Justiça do Trabalho que a impedem de demitir sem acordo coletivo os funcionários das fábricas de Camaçari e de Taubaté. Em nota, a empresa diz que entrou com os recursos nos Tribunais Regionais do Trabalho competentes.
Na última sexta-feira (5), a Justiça do Trabalho proibiu a Ford de demitir funcionários das duas fábricas antes de concluir as negociações das indenizações trabalhistas com os sindicatos. A montadora também está proibida de suspender o pagamento de salários ou as licenças remuneradas.
Ontem, em sua primeira manifestação desde o comunicado, de 11 de janeiro, sobre o fechamento de todas as fábricas no Brasil, a Ford disse estar engajada "ativamente" no processo de negociação com os sindicatos relacionados à decisão, realizando reuniões regulares no último mês.
Na fábrica de Camaçari, que produzia os modelos Ka e EcoSport, a multa em caso de descumprimento da liminar é de R$ 1 milhão de reais, acrescida de R$ 50 mil por trabalhador atingido. Já em Taubaté, onde a Ford produzia motores e transmissões, a liminar prevê multa de R$ 100 mil por funcionário atingido, além de obrigar a empresa a entregar em até 15 dias ao sindicato dos metalúrgicos todas as informações necessárias às negociações.
Em até 30 dias, um cronograma de negociação conjunta também deve ser apresentado pela montadora.
*Com informações da Agência Estado
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