Não atole como Lulu Santos e Leonardo: 5 erros ao volante de carros 4x4
Há poucos dias, Lulu Santos e o marido, Clebson Teixeira, passaram sufoco durante passeio em uma estrada de terra.
Mesmo dirigindo um veículo com tração 4x4, o casal acabou atolando. A bordo de um Jeep Compass a diesel, os dois precisaram da ajuda de terceiros para tirar o veículo da lama e seguir viagem.
Vídeos do perrengue foram publicados nos stories de Teixeira no Instagram.
Na mesma rede social, outro vídeo, também recente, exibe o cantor sertanejo Leonardo ao lado de uma RAM 2500 com tração nas quatro rodas.
Dono de fazenda e acostumado a rodar longe do asfalto, o artista atolou e recorreu a um trator para tirar a picape dali, em plena escuridão.
Os casos envolvendo famosos são apenas dois exemplos de que não basta ter um automóvel 4x4 para encarar qualquer tipo de terreno: é preciso saber usá-lo, ciente das respectivas capacidades e limitações, para a diversão não virar pesadelo.
UOL Carros consultou o instrutor especializado em off-road Luis Fernando Carqueijo para apontar os cinco erros mais frequentes, sobretudo entre novatos, longe do asfalto. Confira.
1 - Viajar sozinho e sem mantimentos
Ao encarar uma aventura fora do asfalto, procure viajar acompanhado de pelo menos outro veículo, para ajudá-lo em qualquer eventualidade.
Além disso, não se esqueça de levar mantimentos para o caso de atolamento e necessidade de resgate.
Também não deixe de levar celular, se for necessário pedir ajuda e houver sinal. Caso seja possível, leve alguma ferramenta, como pá e tira de reboque, e evite rodar durante a noite.
"Sempre que que sair para qualquer situação off-road, leve água e comida. Tudo pode acontecer e você não deve correr o risco de ficar em apuros", ensina Luis Fernando.
2 - Não se inteirar sobre terreno
Uma atitude básica antes de encarar um trecho de terra é se inteirar a respeito da características do terreno a ser vencido.
Dependendo das condições, destaca Carqueijo, qualquer veículo poderá ter problemas, inclusive modelos 4x4 "raiz".
"Analise antes o piso para ter uma ideia se vale a pena o correr o risco. Se você tiver dificuldades para se manter em pé, como em um aclive íngreme e escorregadio, é sinal de que o carro também irá afundar ou perder tração".
O especialista pontua que trechos de pouca aderência, como lama e areia, pedem redução na pressão dos pneus para ampliar a respectiva área de contato com o solo - de volta ao asfalto, estes devem receber novamente a pressão indicada no manual.
"Em média, ao diminuir a pressão em 25%, amplia-se em 75% a área de contato".
3 - Desconhecer as características do carro
Tão importante quanto se inteirar a respeito das condições da estrada ou da trilha é conhecer a capacidade real do seu carro e saber usar as funções fora de estrada.
Alguns modelos, mesmo equipados com tração nas quatro rodas, têm pouco vão livre em relação ao solo e as chances de atolamento crescem.
Outros têm o duto de admissão de ar do motor em posição baixa, o que eleva o risco de calço hidráulico na travessia de córregos e trechos alagados.
"Verifique no manual a velocidade e a altura máximas recomendadas para atravessar a água. Também se informe onde fica o duto de admissão", alerta Carqueijo.
Especificamente em relação aos modelos Renegade e Compass, da Jeep, e Toro, da Fiat, o instrutor adverte que a entrada de ar fica em posição relativamente baixa no cofre do motor, frontal e logo abaixo do farol no lado do passageiro.
Por conta disso, é necessário redobrar o cuidado para que a água não chegue ao nível da admissão, o que aumenta bastante a possibilidade de danos severos ao propulsor.
4 - Acelerar ao cruzar trecho com água
Ao encarar a travessia de água, vale a pena não ignorar os cuidados descritos no item 3.
Além disso, o especialista orienta a descer do veículo e verificar pessoalmente, se for possível e não houver risco causado por correnteza, a profundidade do trecho a ser transposto.
Ao cruzar um alagamento, rio ou córrego, a orientação de Carqueijo é acelerar pouco e de forma constante, em primeira ou segunda marcha, buscando passar sempre pelos locais com menor profundidade.
"Mantenha a velocidade baixa e constante para criar uma onda pequena na dianteira do veículo, de forma que não atinja o duto de admissão de ar, e utilize a reduzida, se estiver disponível, para ter maior controle".
5 -Usar pneus inadequados
Esse é um dos erros mais comuns. Muitos têm a falsa crença de que ter carro 4x4 com reduzida já basta para enfrentar lama, pedras e buracos.
No entanto, os pneus são itens que não podem ser ignorados.
Utilizar pneus de asfalto em uma "pirambeira" com terra molhada, por exemplo, vai diminuir e muito a capacidade off-road do automóvel.
"Os pneus são fundamentais. Se o equipamento for inadequado para o tipo de terreno, você perde aderência. Por mais recursos eletrônicos que o carro tenha, não dá para fazer milagres", esclarece Luis Fernando Carqueijo.
Se o perfil for muito baixo, destaca, o risco de os pneus rasgarem ou de haver danos nas rodas causados por pedras cresce consideravelmente.
Unidades de uso misto são as mais versáteis, porém, dependendo das condições do solo, é necessário recorrer a exemplares apropriados para a lama.
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