Super Compass: aventureira transforma seu 'carro de shopping' em SUV raiz
A empresária Katharina Brazil, de 45 anos, é apaixonada por carros e viagens, especialmente para destinos remotos e de difícil acesso. Há cerca de três anos, ela decidiu que teria um veículo capaz de chegar a qualquer local do planeta e que permitisse fazê-lo sozinha, com toda segurança possível.
Após muita pesquisa, criatividade e preparação, tanto do carro quanto dela própria, Katharina bate no peito ao dizer que hoje é dona do Jeep Compass "mais preparado do mundo". Com o SUV, modificado em solo brasileiro com peças idealizadas por ela própria, a aventureira pretende rumar até o Alasca (EUA) no ano que vem, se a pandemia deixar.
"Não existia nada pronto, nem mesmo via importação, para adaptar o meu Compass da forma como ele está, pois é um carro de 'shopping'. Desenvolvi tudo aqui mesmo, no Brasil, com parceiros. Já me disseram que sou a única mulher que teve coragem de escolher uma viatura tão diferente para modificar do zero", conta.
Seu Compass Trailhawk 2019, equipado de fábrica com tração 4x4 e motor diesel, foi adquirido zero-quilômetro com todos os opcionais, exceto o teto solar, já com a intenção de transformá-lo para a prática de "overlanding" - termo da língua inglesa que designa aventuras terrestres feitas de forma autossuficiente, nas quais a viagem é tão ou mais importante do que a chegada.
Katharina Brazil conta que uma das primeiras customizações realizadas no Jeep foi a instalação de snorkel, peça que eleva a captação de ar do motor, para transpor áreas alagadas sem risco do temido calço hidráulico - quando a água entra no propulsor, causando graves danos.
Segundo ela, a peça específica para o modelo não existia na época e seu carro foi usado como "molde".
Além do snorkel, o "super Compass" Trailhawk é equipado com itens como para-choques de aço, guincho dianteiro, gancho extra de reboque traseiro, suspensões ainda mais altas, bagageiro de teto com barra de LEDs, escada lateral, proteções inferiores e pneus BF Goodrich AT 225/65 R17 todo-terrreno, importados.
O estepe foi movido para um suporte na tampa do porta-malas. O habitáculo, por sua vez, tem GPS específico para off-road, geladeira, cozinha móvel e sistema de comunicação por rádio. Para acampar, o Compass conta com uma barraca, instalada no teto.
Além disso, traz janelas de ventilação com mosquiteiro, instaladas no topo dos vidros laterais e nas janelas laterais traseiras, para levar sua cachorra de seis anos, companheira de muitas jornadas.
Carioca e moradora da capital paulista há sete anos, Katharina explica que moveu o estepe para, futuramente, instalar sistemas de bateria com placas solares e de fornecimento de água potável, que também será usada para banho e preparação de alimentos.
Por que não o Wrangler?
A empresária calcula já ter gasto na preparação metade do valor que pagou pelo Jeep e afirma que, do jeito como ele está, hoje é capaz de encarar algumas situações melhor do que o Wrangler - o 4x4 "raiz" da marca norte-americana, consideravelmente mais caro do que um Compass topo de linha, como o seu.
"Posso afirmar que meu Compass vai a lugares que um Wrangler original sofreria muito para ir e, dependendo do piloto, não chegaria mesmo", crava.
Katharina pondera que a capacidade off-road do Wrangler original de fábrica é "sem dúvida" muito maior, mas pontua que esse modelo precisaria de tanta preparação quanto o Compass para o uso que faz do veículo.
"Colocando na balança, vi menos prós do que contras do Wrangler, pois é um veículo de custo inicial muito maior, tem seguro mais caro, manutenção mais delicada e cara e disponibilidade de peças de reposição menor".
Além das modificações mecânicas, a empresária participou de cursos de condução off-road e vinha realizando viagens de preparação para encarar a jornada até o Alasca. Com seu Compass "casca dura", já visitou lugares como Uruguai; Jalapão, no Tocantins; Brotas e Costão da Jureia, em São Paulo; e Serra da Canastra, em Minas Gerais.
"O mal das pessoas é não conhecer os limites pessoais e dos veículos. Por isso, minha preocupação em me preparar e preparar o carro. Antes de rumar ao Alasca, minha intenção era percorrer toda a América do Sul, porém tive de interromper a viagem, ainda no Brasil, por causa da pandemia".
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