Adeus motor a combustão: quais marcas não vão mais investir na tecnologia
A onda de carros elétricos está aí. O processo de eletrificação tem ocorrido com mais rapidez na Europa e mais lento em outros mercados, como é o caso do Brasil e do restante da América Latina.
E com isso há anúncios de marcas que, até dentro de uma década, prometem só comercializar carros elétricos, o que tem levado a uma pergunta: o que acontecerá com os carros a combustão até lá? Bem, algumas montadoras e empresas já se anteciparam a isso e deixaram claro que não vão mais desenvolver novos motores a combustão.
Uma das que já confirmou tal propósito é a Volvo. A companhia afirmou que os atuais motores quatro cilindros e três cilindros à disposição nos carros da marca continuarão aí até o final do ciclo deles.
O três cilindros é um 1.5 turbo; já o quatro cilindros é um 2.0 que trabalha com turbo e compressor mecânico. Atualmente, no Brasil, ambos trabalham só em versões híbridas, ou seja, associados a um motor elétrico.
A Volvo já anunciou que quer ser 100% elétrica até 2030, o que significa que esses motores não devem, se o plano se confirmar, ter mais que nove anos de mercado.
Na última semana, a Volkswagen anunciou que os seus atuais motores a combustão não terão sucessores. A vantagem da marca alemã é o grande número de opções de motorizações que continuarão à venda até lá e que podem atender diferentes aplicações.
Isso vai desde o 1.0 de três cilindros, aspirado até motores V8 em SUVs maiores, como o Touareg. Mas diferentemente da Volvo, a VW não pretende acabar com os carros a combustão já, eles querem vender 50% dos carros elétricos até 2035.
Contudo, entendem que diversos mercados ainda vão precisar de carros a combustão "mais eficientes", o que leva a crer que eles não serão 100% a combustão, mas híbridos plug-in.
Para alguns modelos, a marca confirma, inclusive que haverá ainda novas versões a combustão antes de serem totalmente convertidas para os elétricos.
Outra empresa do grupo VW também fez o mesmo anúncio. No caso, a Audi. Os alemães de Ingolstadt anunciaram a mesma decisão: os atuais motores em produção não terão sucessores. A empresa tem diversos motores, mas já vinha em um processo no qual tinha turbinado e diminuído o tamanho dos propulsores.
O último motor aspirado da companhia é o V10 do superesportivo R8, que deve morrer nesta geração, inclusive. Por isso, os amantes da marca veem na atual geração um futuro colecionável. Há rumores que a Audi vai fazer uma última versão do sedã de luxo A8 com o motor W12, como uma despedida.
Antes mesmo dos rivais da Audi, a Daimler, empresa-mãe da Mercedes-Benz, anunciou em 2019 que também parava nesta geração o desenvolvimento dos seus motores a combustão. Por coincidência, foi quando a companhia colocou no mercado novos motores seis cilindros em linha.
A GM não anunciou o fim dos motores a combustão, mas confirmou que terá apenas carros elétricos em 2035. Com motores recentemente lançados, como o 1.0 e o 1.2 turbo aqui, além de outras opções recentemente apresentadas e que ainda tem um bom espaço para trabalhar essa atual família.
A mudança nos clientes atingiu até alguns dos principais fornecedores do mercado: a alemã ZF anunciou no começo do ano que também interrompeu o desenvolvimento de tecnologias associadas a motores a combustão e alterou os investimentos para novas tecnologias. O foco da companhia sempre esteve, por exemplo em transmissões - que já não são mais necessárias em carros elétricos.
A Toyota já é uma empresa que trabalha com conjuntos motrizes bastante sustentáveis e apostou nos híbridos muito antes, agora pretende esticar a vida útil dos seus atuais motores até 2050. O executivo da Toyota, Kiyotaka Ise, disse ao The Wall Street Journal, que até a data "os carros a combustão da marca serão próximos de zero". Vale lembrar que a Toyota ainda é uma das marcas com menor ritmo de eletrificação total dos veículos.
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