Citroën quase 'some' no mercado e prepara cartada para se reerguer no país
A Citroën recentemente tirou de linha praticamente todos os carros de passeio da empresa. C3, Aircross e C4 Lounge deram adeus às vendas, saindo ainda do configurador da companhia.
O único remanescente para dar continuidade à marca no Brasil foi o SUV compacto C4 Cactus, que é o lançamento mais recente da companhia e, ainda assim, já tem três anos de mercado. Ele chegou com status de lançamento mais importante na história da Citroën no País, mas será que "segura o rojão" sozinho até a chegada de novos produtos?
Segundo fontes de mercado, essa provavelmente não é a grande preocupação da marca. A empresa se "preparou" para isso, visto que a decisão foi tomada mesmo sem ter ainda um novo produto pronto para o mercado antes de descontinuar os demais.
Mercado
A maior parte das vendas da Citroën, desde o fim do ano passado, já era baseada no C4 Cactus - seu modelo mais vendido. Além do SUV, a base de sustentação são os comerciais Jumpy e Jumper.
Em 2020, a marca fechou o primeiro ano da pandemia com 0,69% de participação de mercado. Isso representa, segundo dados da Fenabrave, 13.476 unidades vendidas, entre automóveis e comerciais leves.
No primeiro trimestre desse ano, a companhia emplacou 3.056 unidades. No mesmo período de 2020, a marca francesa havia emplacado 4.173 veículos, uma retração de 1.117 unidades ou 26% das vendas. Desde 2011 a Citroën amarga cerca de 80% de queda na representação de mercado.
Todo o movimento que não parece calculado, ou baseado no desespero, digamos assim, na verdade foi bem previsto pela companhia, mas nem todos estão felizes com isso.
Reposicionamento de gama e da rede
O reposicionamento da gama levará também à mudanças na rede de concessionários, o que tem levado a reclamações dos associados, inclusive.
Uma fonte que falou na condição de anonimato com UOL Carros disse que "depois de ter feito uma mudança na rede de concessionários nos últimos anos, agora com a Fiat no jogo a empresa quer aproveitar a capilaridade da rede".
A ideia seria adotar uma estratégia semelhante a que a FCA (Fiat-Chrysler Automobiles) usou com a chegada da Jeep no País. Em grandes mercados, como a cidade de São Paulo, serão mantidos ou criados concessionários, mas em cidades de médio porte a proposta é criar lojas pop-up ou o popular "puxadinho".
Aproveitar a infraestrutura de concessionárias da Fiat para instalar um ponto de venda Citroën. Além disso, o "sangramento" da rede de concessionários nesse momento, com apenas um carro, teria o objetivo de forçar alguns deles a sair - o que desobriga o grupo Stellantis a pagar indenizações.
Em nota, a marca afirmou que o planejamento da companhia para o próximo ciclo de investimentos é "orientado para a aceleração comercial, qualidade nos serviços e expansão da rede".
Futuro
Em termos de futuro, a Citroën já começou a planejar a estratégia para os próximos anos. Em entrevista ao UOL Carros, o CEO mundial confirmou que "em breve será feito um importante anúncio". Essa cartada para se reerguer no mercado, inclusive, já foi confirmada pela empresa como uma nova rodada de investimentos nos próximos anos.
O primeiro é a chegada de um novo SUV - o primeiro da categoria de Mini-SUVs - com menos de 4 metros de comprimento. Ele ocupará o espaço de mercado e de preço que antes pertencia ao C3 como um hatch compacto premium.
Ele será revelado no Brasil no segundo semestre e produzido na fábrica de Porto Real (RJ). Já foi flagrado em testes na Índia, onde o modelo também será oferecido como uma aposta de volume da companhia.
Sua base é uma versão menos complexa da plataforma modular CMP, oriunda ainda dos tempos de PSA Peugeot-Citroën. É com ele que a marca francesa quer retomar as vendas surfando na onda dos SUVs.
A incógnita neste investimento é o que ocorrerá com o C4 Cactus. O modelo já encerrou sua vida na Europa e, no Brasil, tem que justificar aporte de dinheiro para uma nova geração ou reestilização local.
Quem está cotado para ser o segundo modelo novo por aqui é o C4. O carro, que já foi um hatch nacional, agora é um crossover com posição elevada e jeitão de cupê, ao estilo do que é visto no VW Nivus.
A diferença é que ele brigaria na categoria dos SUVs médios com seus 4,36 m de comprimento e entre-eixos de 2,67 m. Como comparação: o Jeep Compass tem 4,41 m e 2,63 m, respectivamente. Já o VW Taos, que chega em breve, tem 4,46 m e 2,68 m.
Procurada pela reportagem, a Citroën se posicionou sobre o futuro da marca no País com o seguinte comunicado:
"A Citroën anunciará em breve um ambicioso plano para a marca no Brasil. Ele será orientado para a aceleração comercial, qualidade nos serviços e expansão da rede. O SUV Citroën C4 Cactus, produto alinhado às expectativas do consumidor do país, permanece como destaque da marca entre os veículos de passeio. Já para os comerciais leves, Jumpy e Jumper seguem com suas diferentes versões preparadas para atender as mais diversas necessidades dos empreendedores. E para juntar-se a eles, em pouco tempo a marca apresentará uma linha inédita de produtos com design ousado, muita tecnologia e voltada para o bem-estar das pessoas".
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