Toro x rivais: quem chega em breve para desafiar a picape líder
A Fiat Toro acaba de fazer sua primeira mudança após cinco anos de mercado. O modelo que reina absoluto como picape intermediária, perdendo no mercado geral apenas para a irmã menor Strada, fez e faz tanto sucesso que chamou a atenção da concorrência.
Durante o lançamento da Toro 2022, o diretor geral da marca Fiat, Herlander Zola, disse que a marca "ouviu os consumidores para fazer as mudanças".
E isso vem ao encontro do que diz o diretor da ADK Automotive, Paulo Roberto Garbossa. "O segmento é novo e, sim, os novos produtos tentarão ganhar espaço em cima das fraquezas de quem chegou antes, é um movimento natural".
Nessa reestilização, a Fiat fez o possível para mitigar seus defeitos na primeira oportunidade que teve, alterando motores, interior entre outros itens que eram considerados de fraqueza no conjunto total da Toro.
Para os próximos dois anos, a Fiat deve encarar uma concorrência pesada no segmento da Toro. São pelo menos cinco modelos que devem tentar morder uma fatia desse mercado, que tende a crescer quase como um braço dos SUVs.
E dizer que elas são um braço dos SUVs se justifica, afinal usam as mesmas plataformas que os utilitários-esportivos das respectivas marcas. Inclusive, isso é uma vantagem para as montadoras.
Por que até quem não tem experiência ou tradição no segmento de picapes pode projetar um veículo, visto que eles são, basicamente, SUVs com caçamba. O exemplo mais recente é a Hyundai Santa Cruz, que apostou em várias inovações de espaço, como a Toro havia feito.
Cotada para o Brasil em 2023, precisará ser nacionalizada pelo Grupo Caoa ou pela própria Hyundai Motor Brasil, uma vez que é produzida nos EUA, o que faria incidir impostos em 30 pontos percentuais no valor do produto, tornando-o nada competitivo contra a Toro.
Entre os SUVs, quem ameaçou a irmã da Fiat, a Jeep, foi a Volkswagen com o T-Cross. E daqui pode sair uma das rivais mais fortes entre as picapes. O conceito Tarok ainda não está confirmado para ganhar vida, mas a plataforma seria a mesma do SUV médio Taos. Toda a base é o que encontramos também em Polo, Virtus, Nivus e T-Cross, em termos de comodidade, tecnologias e motorização.
A Renault, que deveria ser uma rival da Toro com a Oroch, nunca conseguiu engatar a marcha correta. O modelo derivado do Duster é um pouco menor e chegou com motores antigos e mais gastões do que os 1.8 e o 2.4 que a Toro tinha. A grande oportunidade pode vir com a reestilização (nova cara do Duster) e o motor 1.3 turbo que a marca está nacionalizando.
Da Argentina deve vir a picape da Chevrolet. O modelo pode, inclusive, roubar o nome Montana da irmã menor, que não tem atualizações visuais há 11 anos e deve dar adeus sem sucessora.
Como os demais exemplos, a picape da GM teria como base o Tracker e a motorização 1.2 turbo, a mais potente. Toda a parte de conectividade e comodidade da versão de topo Premier do SUV estaria presente. Outra opção é a GM esticar a produção do motor 1.4 turbo que equipa o Cruze, também produzido na Argentina, para usar na picape.
Por fim, a Ford Maverick. O modelo que já foi flagrado pronto terá a mesma base do Bronco Sport, cujo lançamento está confirmado para maio no Brasil. Apesar de não ser fabricada aqui, uma vez que a Ford não tem mais fábricas nacionais, vai ser favorecida pela produção mexicana.
Do irmão SUV, além da plataforma, a picape trará a motorização com os EcoBoost 1.5 e 2.0, sempre turbo gasolina. Do Bronco Sport também herdará o sistema de tração e bloqueio de diferencial.
Por que o mercado tem espaço para crescer
A praticidade das picapes intermediárias foi percebida por quem quer uma picape, mas não quer ter que lidar com as dimensões avantajadas das picapes médias para uso urbano. Há também a possibilidade de ter o conforto de um SUV, mas com a versatilidade de uma caçamba.
Com sistema de suspensões e plataformas derivadas de carros de passeio são mais confortáveis que as picapes médias, criadas, antes de tudo, para o trabalho pesado, como o agronegócio. Por dentro, trazem as mesmas inovações e funcionalidades, mas ajudam a se destacar em termos de visual.
Toro tem história parecida com o EcoSport
A história da picape intermediária da Fiat é parecida com o surgimento do EcoSport. O SUV compacto da Ford chegou sozinho, inaugurou um segmento, ficou bons anos surfando sem concorrência nas ruas do País. A concorrência demorou, mas corre atrás para tentar ocupar um pouco de espaço e roubar uma parcela desse mercado lucrativo.
Claro, a história é cíclica, mas nem sempre se repete. Enquanto o Ecosport "deitou em berço esplêndido" e deixou a concorrência correr e inovar em cima do segmento, a Fiat fez exatamente o contrário. Apresentou novidades e melhorias para atender a clientela e mitigar seus pontos fracos.
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