Por que Honda Civic ficou mais 'careta' na sua nova geração
Resumo da notícia
- Novo sedã adota estilo mais tradicional para cativar mais clientes
- Mudança de estratégia visa evitar nova rejeição nos EUA
- 11ª geração do Civic ainda não está confirmada para o Brasil
Quem aprecia as linhas arrojadas do Honda Civic se surpreendeu com a 11ª geração do sedã. Mas não por causa de uma nova ousadia da empresa. Pelo contrário: o Civic ficou bem mais conservador.
Não dá para classificar como um retrocesso, até porque já diz o velho ditado que "gosto não se discute". Entretanto, as diferenças de estilo entre as gerações são gritantes: o design ainda é moderno e futurista, mas as linhas do novo Civic são bem mais recatadas. Preferências à parte, a Honda aposta em um estilo mais minimalista e sem exageros.
Sem nova decepção
Para entender a mudança de estratégia da Honda é preciso olhar para um dos mercados mais importantes do Civic. O sedã é o produto mais popular da empresa nos Estados Unidos e possui uma legião fiel de fãs.
Foram eles que torceram o nariz para a 9ª geração, lançada por lá em 2011. Assim como nós, os americanos se encantaram com o estilo futurista da 8ª geração (conhecida aqui como "New Civic") e seus elementos incomuns, como o painel de instrumentos em dois andares.
Foi grande a decepção com seu sucessor, cujo design não caiu no gosto dos clientes. Diante disso, a Honda precisou acelerar o desenvolvimento da 10ª geração, que estreou no mercado norte-americano em 2015.
Disposta a não repetir o erro, a marca optou pela cautela. Seguiu a receita do Accord, que também vende bem nos Estados Unidos.
Belo e recatado
Assim nasceu um sedã esportivo, mas com visual mais recatado na tentativa de agradar uma parcela maior de consumidores. Curiosamente, a 10ª geração do Civic (que foi bem recebida, ainda que nem todos apreciassem a ousadia) havia inspirado os designers da Honda no desenvolvimento do Accord atual.
Na frente, o para-brisa foi recuado em 5 centímetros para dar a impressão de que a frente ficou mais longa. Por trás dessa ilusão de ótica está a vontade de deixar o Civic com um estilo mais esportivo - característica que acompanha o modelo desde sua estreia nos EUA, em 1972.
O capô perdeu um pouco do volume, que era reforçado pelos vincos que deixavam o sedã com aparência mais musculosa. Logo abaixo, o para-choque trocou as formas horizontais das laterais por um estilo mais tradicional.
Uma diferença importante entre as gerações do Civic está no perfil. Se a 10ª geração possui uma traseira alta no melhor estilo "cupê de quatro portas", o novo modelo deixa mais claro que se trata de um sedã. O terceiro volume é mais pronunciado e visível.
As lanternas voltam a invadir a tampa do porta-malas e adotam um formato mais convencional. Há, inclusive, quem aponte semelhanças com o Volkswagen Jetta atual. Seja como for, é uma ruptura grande em comparação com o estilo da 10ª geração, cujas lanternas em formato de bumerangue eram mais verticais e até "moldavam" o desenho da tampa traseira.
Algumas características, porém, não mudaram entre as gerações. A frente "bicuda" com destaque para a grade frontal e o friso cromado que acompanha a linha de cintura das janelas ainda estão lá.
A cabine do novo Civic reflete a nova filosofia da Honda. Existem poucos botões e apenas alguns estão lá, como os comandos do ar-condicionado e do freio de estacionamento elétrico. A funcionalidade é uma das maiores virtudes. Neste ponto, a fabricante parece ter entendido que o antigo Civic era bonito de ver, mas nem tanto de mexer.
Vem pro Brasil?
Resta saber se eu e você poderemos ver essas mudanças de perto. A Honda ainda não confirmou a vinda do novo Civic para cá.
Há quem diga que a empresa deixará de produzi-lo no Brasil, onde é fabricado na planta de Sumaré (SP). Seria uma decisão surpreendente, mas relativamente compreensível, uma vez que as vendas de sedãs médios estão cada vez mais baixas por conta do sucesso dos SUVs.
Se isso realmente acontecer, a marca decidiria trazer apenas as versões mais caras do Canadá, o que elevaria ainda mais o preço do Civic. Com isso, quem ocuparia o lugar das configurações de entrada do Civic seria o novo City, cujo lançamento nacional acontecerá até 2022.
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