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Nova picape da Chevrolet: o que já sabemos da rival da Fiat Toro

Redação

do UOL, em São Paulo (SP)

12/05/2021 04h00

A General Motors, empresa-mãe da Chevrolet, confirmou a chegada de uma nova picape para o seu portfólio. O modelo, que faz parte de um investimento de R$ 10 bilhões no Estado de São Paulo, foi anunciado sem muito alarde e é a aguardado rival da Fiat Toro.

A nova picape será o quarto modelo produzido no Brasil sobre a plataforma GEM (Global Emergent Markets), base modular que foi desenvolvida pela GM na China com sua parceira local, a SAIC. Os outros três são o Chevrolet Onix, Onix Plus e o Tracker.

Como os outros três modelos, a picape terá capacidade de projeção global. Vale lembrar que a família Onix surgiu para o Brasil e, em sua segunda geração, se tornou global e passou a ser vendida na China também.

A primeira questão sobre o novo produto é se ele se chamará Montana. A picape intermediária pode herdar o nome da compacta que acabou de sair de linha após 11 anos de serviços prestados.

Como a plataforma GEM é modular, ela permite que a GM aumente o entre-eixos para construir a picape. Isso porque os 2,57 m do Tracker não são suficientes se a marca quiser colocar seu novo produto realmente na briga com a Fiat Toro.

E isso ficou claro com a outra concorrente, a Renault Oroch. Ela tem cerca de 30 cm a menos no comprimento e 17 cm no entre-eixos, além de porte menor - o que hoje faz com que ela seja considerada mais uma rival da Fiat Strada do que da Toro.

Sendo assim, faz sentido a GM pensar em um entre-eixos próximo dos 2,99 m da Toro para a nova Montana. É possível? Claro que é, da mesma plataforma que o Jeep Renegade, com 2,57 m, deu origem à picape da Fiat.

Por dentro, a nova picape deve apostar em um acabamento bem semelhante ao do Tracker, mas seria bom melhorar. Ele não é um dos pontos fortes do SUV compacto, apesar dos bons números de venda.

Em compensação, tal qual o SUV 'irmão', a nova picape da GM terá a central multimídia MyLink, que se tornou um sucesso da linha e está na terceira geração. Com ela vem o sistema OnStar, que permite rastreamento, bloqueio e atendimento de emergência. Por fim, terá a opção da conexão 4G para rotear a dispositivos dentro do veículo - item que está disponível desde o Onix.

Motor 1.3 turbo para a picape

Não é preciso dizer que o motor 1.0 turbo de três cilindros, com seus 116 cv, passará longe da nova picape. A segunda opção é o 1.2 turbo das versões mais caras do Tracker, que com etanol entrega 133 cv e 21,4 mkgf. Ainda assim, ficaria longe do que oferece a Toro com seus 185 cv e 27,5 mkgf.

A opção mais sensata é a nacionalização do motor turbo três cilindros de 1,3 litro. Equipando o Trailblazer americano - não confundir com o brasileiro - que usa a mesma base GEM, ele entrega 155 cv a 5.600 rpm e 24 mkgf a 1.600 rpm. Com etanol, é possível que a potência chegue aos 160 cv.

Além disso, com esse motor, a GM já tem um conjunto com câmbio automático de nove marchas e tração integral que também está no Trailblazer americano - e que vem associada a uma suspensão traseira independente do tipo multilink, o mesmo conceito da rival.

Para reduzir custos, a GM poderia trocar o automático de nove marchas pelo polivalente GF6, de seis marchas e que já é usado aqui de Onix a Equinox 1.5.

Ele é mesmo utilizado no Trailblazer de entrada com tração dianteira e o motor 1.3. Isso significa que parte do trabalho já está feito, e foi projetado desde o início para trabalhar também com tração nas quatro rodas.

O visual é o maior segredo. Ela deve se inspirar no Tracker, já que a GM não ousa tanto quanto a Fiat nesse sentido. A expectativa é que a picape seja apresentada até o fim de 2022, já que o tempo de desenvolvimento médio de produtos com plataforma modular é de 18 meses.

Projeção da nova picape da Chevrolet - Kleber Silva - KDesign AG/Reprodução - Kleber Silva - KDesign AG/Reprodução
A projeção do designer Kleber Silva tenta adivinhar como será o visual
Imagem: Kleber Silva - KDesign AG/Reprodução