5 motivos que devem levar o Honda Civic à aposentadoria no Brasil
Perto de completar 25 anos de produção nacional, o Honda Civic aparentemente não irá celebrar esta data. Segundo o colunista Fernando Calmon, o modelo sairá de linha no final do ano e deixará de ser comercializado no Brasil.
O modelo vai perder espaço para a nova geração do City, que terá versões sedã e hatch para substituir não apenas o Civic, como também o Fit no Brasil.
1 - Efeito Corolla
Um dos fatores que devem decretar o fim da linha para o Civic - que acaba de ganhar nova geração no exterior - é justamente o sucesso do seu principal rival, o Corolla. Em um mar de SUVs, o sedã da Toyota feito em Indaiatuba (SP) é único da respectiva categoria que consegue continuar surfando na crista da onda.
Mesmo garantindo o segundo lugar nos últimos anos, em 2020, o Civic tem ficado distante do Corolla em volume de vendas: no ano passado, teve metade dos emplacamentos do concorrente. Foram 41.072 unidades emplacadas pelo Toyota contra 20.447 do Honda.
No primeiro trimestre de 2021, a equivalência se manteve: foram emplacados 9.150 exemplares do Corolla ante 4.426 do Civic. O estilo mais conservador, incluindo melhora na dirigibilidade do Toyota na atual geração, faz ele mais apreciado pelo perfil típico de clientes de sedãs aqui no Brasil.
2 - Nova geração
Os custos de trazer a nova geração é outra questão que pesou na conta da Honda. A nova geração do Civic, que já foi mostrada nos Estados Unidos, exigiria alto investimento em ferramental, nova plataforma e desenvolvimento dos fornecedores.
Com mais tecnologia, o novo Civic ficaria ainda mais caro. Hoje, ele tem preços sugeridos entre R$ 113.800 e R$ R$ 155.100. Com o dólar nas alturas, a quanto chegaria o novo Civic, importado?
3 - Queda do mercado de sedãs médios
O mercado de sedãs está em franco declínio há anos no mundo e no Brasil a queda também tem sido acentuada. O cliente que comprava sedãs começou a migrar para os SUVs, inclusive o da própria marca, o HR-V.
A tendência é de que 2021 termine com apenas três sedãs médios à venda, dentre as marcas "generalistas": Corolla, Chevrolet Cruze e Volkswagen Jetta. Ainda assim, como UOL Carros já disse anteriormente, o fim do Cruze também é uma questão de tempo, uma vez que só é produzido na Argentina ainda.
4 - Escolha de investimentos
Com mudança de geração de dois modelos importantes ao mesmo tempo, Civic e HR-V, a Honda teria de fazer um aporte astronômico de dinheiro na fábrica de Itirapina (SP).
Em um mercado que está em recessão, a escolha recaiu sobre o SUV. Além de estar vendendo mais que o Civic mesmo em fim de ciclo, o HR-V, que também recebeu nova geração lá fora, oferece uma margem de lucratividade maior ante o sedã.
5 - Ousadia no design
Na atual e décima geração, a Honda ousou talvez demais no visual. O resultado foi ótimo em termos de jovialidade para o modelo, mas não agradou em cheio todos os clientes do sedã ao redor do mundo.
O estilo de sedã-cupê não agradou a todos, bem como as lanternas em formato de bumerangue na traseira. E no Brasil, particularmente, o cliente desse carro é um consumidor conservador, o que ajudou a acelerar a queda nas vendas e aumentar a distância do Corolla.
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