Busões da vacina: imunização contra covid será feita em ônibus modificados
Dois ônibus doados pela Mercedes-Benz à Cruz Vermelha serão utilizados como pontos de vacinação móveis em diversas partes do País no combate à covid-19. O projeto, que começa neste mês, tem duração de três anos.
São dois modelos diferentes de ônibus, ambos modificados para cumprir a missão: o OF1519, projetado para uso urbano e cujo chassi parte de R$ 200 mil; e o rodoviário 500 R, com preço inicial de R$ 300 mil, sem contar o custo da carroceria.
A transformação dos veículos inclui sistema de conversão de luz solar em energia elétrica, para refrigerar as vacinas, e ficou a cargo da Eco X. Adaptar o primeiro custou R$ 260 mil, enquanto o segundo demandou gasto de R$ 400 mil.
As modificações foram patrocinadas pelo Ministério Federal de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha.
Capacidade para levar 14 mil vacinas
Foram gastos seis meses entre a idealização e a transformação das duas unidades móveis de vacinação.
Os ônibus foram doados pela Mercedes e totalmente adaptados com as exigências para que fossem transformados em pontos de vacinação. Isso incluiu a retirada completa dos bancos e a instalação de um ambiente que simula ao dos postos de vacinação fixos.
No rodoviário foram instalados cinco boxes de vacinação e três geladeiras Elber medical de armazenamento - cada uma consegue armazenar até 2.800 multidoses. A instalação no ônibus urbano tem três boxes de vacinação e duas geladeiras com a mesma capacidade.
Nos dois casos há uma sala de monitoramento com dois notebooks e monitores, reservatórios de álcool gel e de papel toalha, além de pias com reservatórios de sabão líquido, banheiro e filtro de água. Eles foram equipados com ar-condicionado e na parte externa toldos para quem estiver na espera da vacina.
Segundo a Mercedes-Benz, as geladeiras que foram instaladas podem trabalhar com todas as vacinas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária para) uso no Brasil, isso inclui Coronavac, AstraZeneca e Pfizer.
Vale lembrar que a exigência de temperaturas ultrabaixas para as vacinas da Pfizer - entre -40ºC e -70ºC foi alterada e agora a vacina pode ser mantida entre -25ºC e -15ºC, por até duas semanas, sem prejuízo da qualidade.
"Essa tecnologia que eles apresentam é a captação de energia solar para cuidar das câmaras que armazenam as vacinas e da luz ultravioleta, que auxilia na higienização dos veículos", diz Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus.
Onde os "busões da vacina" irão atuar?
A versão rodoviária do ônibus ficará a cargo da Cruz Vermelha, parceira do Ministério da Saúde, para uso no Circuito Nordeste. Ele passará por Maceió (AL), Natal (RN), Fortaleza (CE) e São Luís (MA), num total de 4.350 km. A expectativa é de que o ônibus possa atender até 2.500 pessoas por mês com uma equipe de 22 voluntários.
Já o ônibus urbano vai atender o Circuito Norte, que inclui Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC), num total de 6.570 km. A estimativa é de atender 1.500 pessoas mensalmente com uma equipe de 14 voluntários da Cruz Vermelha.
"Com esses dois ônibus, estamos voltados, junto à Cruz Vermelha, para vacinação contra à Covid. Eles vão percorrer o Brasil em diferentes roteiros e atender comunidades carentes", completa Leoncini.
Ficha técnica
O OF1519 usa um motor quatro cilindros, turbodiesel, de 4,8 litros. Ele entrega 185 cv a 2.200 rpm e 71,4 kgfm entre 1.200 e 1.600 rpm. A transmissão é manual de seis marchas com tração traseira e tem velocidade máxima de 110 km/h.
Já o O 500 R usa um motor seis cilindros em linha, turbodiesel, de 7,2 litros. São 310 cv a 2.200 rpm e 122,4 kgfm a 2.200 rpm. O câmbio também é manual de seis velocidades com tração traseira e máxima limitada eletronicamente a 120 km/h.
Ele pode ser incrementado com opcionais como câmbio automático também de seis marchas, controle de estabilidade e sistema de frenagem eletrônico.
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