Adeus, sedãs médios: por que Toyota Corolla deve reinar sozinho no mercado
Líder supremo do mercado há anos, o Toyota Corolla pode estar prestes a solidificar seu reinado e "nadar quase sozinho" no mercado brasileiro. Isso porque o sedã médio mais vendido, mesmo em meio à crise do setor e à piora gerada pela pandemia, continua a apresentar bons resultados e ainda vê seus principais rivais se despedirem aos poucos.
O Honda Civic deve deixar de ser produzido no Brasil no fim do ano. O modelo é o segundo mais vendido, mas em 2019 e 2020 já comercializou a metade do rival.
Outro sedã médio que está com os dias contados é o Chevrolet Cruze. Ele já saiu de linha nos demais mercados, incluindo os EUA, e só é fabricado na Argentina para abastecer os países do Mercosul.
Antes das mortes previamente anunciadas de Civic e Cruze, quem já tinha dado adeus foi o Ford Focus. O modelo saiu de linha aqui antes de a marca norte-americana encerrar suas operações fabris no Brasil, no início do ano. Depois dele, foi a vez do Citroën C4 Lounge.
Nissan Sentra ainda não tem a nova geração confirmada por uma questão de custos, elevação do preço em relação à geração anterior. Vindo do México, é preciso saber se "a conta fecha", entre o custo e o número de unidades vendidas. Com isso, um dos poucos rivais que ainda restarão no mercado é o Caoa Chery Arrizo 6, que atualmente tem um volume de vendas bem menor que o do líder.
Toyota aprendeu com o erro dos outros
A Toyota, de olho no que estava acontecendo com o mercado, fez questão de se precaver antes de colocar no mercado o Corolla Cross, SUV médio com a mesma plataforma do 'irmão' sedã.
"Eles viram que as marcas estavam matando seus próprios sedãs com a chegada de SUVs compactos ou médios, para atender a demanda e pegar uma fatia desse segmento tão lucrativo", diz uma fonte ligada ao mercado.
A afirmação está associada ao fato de que, antes do lançamento, a Toyota avisou os concessionários que, para ter uma cota de Corolla Cross e aumentar conforme a demanda, eles precisariam manter o mesmo nível de vendas atuais do sedã.
A Toyota quer manter os 40 mil emplacamentos de Corolla, buscando outros clientes de fora da marca para o SUV e fazendo proprietários do Yaris, por exemplo, subir para o sedã.
Sedãs médios se tornarão um nicho
Por mais que eles venham a minguar no mercado, os sedãs médios não morrerão. Essa é a análise do diretor da ADK Automotive, Paulo Roberto Garbossa.
"Há um pequeno mercado e público que ainda quer esse tipo de veículo, tanto no segmento profissional quanto pessoal", diz. Como exemplo do primeiro público, ele aponta o uso para transporte corporativo premium e até categorias superiores de serviços de carona por aplicativo.
Movimento diferente do que ocorreu com outros segmentos, como os hatches médios, peruas e minivans - os dois últimos foram suplantados pelos SUVs.
Ele também não descarta que, devido à redução do mercado, muitos desses modelos venham em pequenos lotes importados para o país, mesmo que sejam produzidos em locais sem acordos comerciais, como os EUA ou Japão. A lógica é a mesmo que já ocorre com os sedãs médios-grandes ou grandes, como Honda Accord e Toyota Camry, por exemplo.
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