Rivais usam estrutura ociosa da Ford para desenvolver novos SUVs
Ao anunciar em janeiro o fechamento das suas fábricas de veículos e autopeças no Brasil, a Ford informou que manteria o centro de desenvolvimento de produto, em Camaçari (BA), e o campo de provas, em Tatuí (SP).
Contudo, a estrutura gigantesca de testes, instalada em uma área de 4,66 milhões de metros quadrados no interior paulista, hoje é grande demais para a nova fase da oval azul, que passou a comercializar apenas veículos importados no País.
Para reduzir a ociosidade e cobrir os custos de operação, a Ford tem alugado as instalações para rivais e seus fornecedores desenvolverem novos produtos.
Conforme uma fonte familiarizada com o tema, que conversou com UOL Carros sob condição de anonimato, desde o ano passado a antiga FCA, agora Stellantis, tem utilizado o campo de provas para avaliar protótipos e componentes dos ainda inéditos Fiat Pulse, primeiro SUV da marca italiana no Brasil, e do Jeep Commander, utilitário esportivo de sete lugares.
"Já está acontecendo a transição para um novo modelo de negócios. Além da Stellantis, a Ford busca mais companhias que pretendam se instalar dentro do campo de provas. Foi elaborado, inclusive, um portfólio com o resumo de todos os equipamentos e laboratórios disponíveis, a ser entregue a potenciais interessados", relata.
De acordo com essa fonte, fornecedores de componentes vinculados a outras montadoras também têm utilizado a estrutura de Tatuí, inaugurada há 43 anos e que conta com aproximadamente 60 km de pistas com os mais variados tipos de piso, bem como uma série de laboratórios.
Essa seria a explicação para o flagrante de dois exemplares do Hyundai Kona dentro do complexo, em março passado, durante o lançamento da Ford Ranger Black.
Ao mesmo tempo, pontua, a Ford continua utilizando o próprio campo de provas, em escala muito menor do que antigamente.
"Lançamentos recentes como o chinês Territory e o mexicano Bronco Sport passaram por Tatuí para necessária tropicalização, que inclui ajustes de suspensão, motor e câmbio para a realidade das vias brasileiras".
O campo também é usado, destaca, para testar veículos da Ford destinados a outros mercados que não o nosso.
Procurada pela reportagem, a Ford afirma que não vai "comentar especulações sobre atividades do campo de provas de Tatuí". Por sua vez, a Stellantis não se manifestou até este momento.
Greve e logotipos tapados com fita adesiva
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Tatuí, atualmente existem cerca de 150 trabalhadores contratados pela Ford no complexo de testes, que há cerca de 15 anos chegou a contar com algo em torno de 800 funcionários.
Esse foi o contingente que restou após demissões efetuadas em 2019, que motivaram uma greve em setembro daquele ano.
Na mesma época, UOL Carros noticiou que a Ford chegou a cobrir o respectivo logotipo em placas no interior do campo de provas, indicando possível plano de vender o complexo.
"Os emblemas foram descobertos após a publicação da reportagem", informa nossa fonte.
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