Por que Onix voltou a ser fabricado, mas não deverá retomar liderança
Carro mais vendido do Brasil de forma ininterrupta entre 2015 e 2020, o Chevrolet Onix retoma hoje a produção em Gravataí (RS), parada durante cinco meses em 2021 devido à falta de semicondutores.
Tanto o hatch quanto o sedã Onix Plus, também proveniente da unidade gaúcha, não tiveram uma unidade sequer fabricada desde 5 de abril. Isso sem contar outros 20 dias de férias coletivas concedidas pela General Motors em março, por conta do mesmo problema - que tem afetado outras marcas, com intensidades diferentes.
O longo tempo de interrupção cobrou seu preço: considerando o período de janeiro a julho, o Onix caiu para o sexto lugar no ranking de emplacamentos, com 42.894 unidades comercializadas. Está bem distante da líder Fiat Strada, que acumula 70.502 vendas no mesmo período.
A missão de retomar o lugar que foi seu ao longo dos últimos seis anos, portanto, será difícil, caso a picape compacta mantenha o ritmo de produção e vendas em 2021: em menos de quatro meses e meio até dezembro, o hatch terá de zerar uma diferença superior a 27,6 mil veículos.
Isso sem contar que a produção no Rio Grande do Sul recomeça com apenas um turno - a fábrica já chegou a trabalhar em três turnos no passado.
Contudo, a depender de como a concorrência e a própria GM irão lidar com a escassez de microchips nos meses que ainda restam, buscar a ponta entre os carros de passeio já em 2021 não parece ser inatingível. O Hyundai HB20, segundo colocado no ranking geral, soma 53.205 emplacamentos, seguido por Fiat Argo (52.797), Jeep Renegade (47.462) e Fiat Mobi (47.413).
Por outro lado, o Onix Plus, 13º carro mais vendido, com 29.573 exemplares emplacados nos primeiros sete meses, não perdeu a liderança entre os sedãs compactos; está bem distante do Volkswagen Voyage, segundo colocado na respectiva categoria, com 15.214 unidades comercializadas.
Quanto Onix e Onix Plus deixaram de vender
Analisando os números, a dupla da Chevrolet não ficou tão atrás dos seus rivais diretos porque, durante o tempo em que deixou de ser produzida, manteve a participação de mercado registrada em janeiro e fevereiro - quando ainda não tinha sido afetada pela falta de semicondutores.
O Onix, por exemplo, somou 20.827 emplacamentos nos dois primeiros meses deste ano, o que corresponde a 8% de todas as vendas de carros de passeio no período; já o Onix Plus, com 13.640 unidades, teve market share de 5,3%.
Para manter os 8% de março a julho, o hatch teria de vender 21.627 unidades e superou o montante em 439 veículos; já o sedã, para seguir com os 5,3% de participação, precisava de 14.164 vendas e teve quase 16 mil emplacamentos nestes cinco meses.
O seja: o estoque foi suficiente para compensar a paralisação.
Ainda assim, a GM terá de tomar providências para buscar a liderança em 2021 se assim quiser, na avaliação de Cassio Pagliarini, da consultoria Bright Consulting.
"Nestes meses sem produção, rivais como o Fiat Argo ganharam espaço e vão tentar manter essa conquista. Com isso, a GM terá de adotar um plano de vendas agressivo, especialmente no varejo, com promoções, descontos e crédito facilitado. A concorrência não vai deixar barato".
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