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EUA abandonam blindados no Afeganistão; veja veículos herdados pelo Taleban

HMMWV (Humvee) que foi entregue as forças militares afegãs antes da queda - AFP
HMMWV (Humvee) que foi entregue as forças militares afegãs antes da queda Imagem: AFP

José Antonio Leme

do UOL, em São Paulo (SP)

17/08/2021 04h00

Os Estados Unidos estão abandonando o Afeganistão às pressas depois de 20 anos de ocupação militar. Apesar de levar a maioria das coisas embora ou sucatear para quem não fossem utilizados pelo grupo rebelde Talibã, alguns itens ficaram para trás ou foram doados para as forças militares afegãs, antes da queda do regime que controlava o País.

Entre as coisas que ficaram para trás ou foram doadas estão veículos militares. Dois modelos particularmente surgiram em várias fotos da base de Bagram, ao norte da capital Cabul: o HMMWV (Humvee) e o MaxxPro MRAP, produzido pela Navistar, que produz caminhões.

O primeiro é a versão militar do Hummer H1, que teve diversas unidades entregues as forças militares do Afeganistão antes da queda do governo democrático.

Produzido desde 1984, o HMMWV, que é uma sigla para "veículo sobre rodas multiuso de alta mobilidade", em tradução literal, ele teve diversas versões e melhorias desde então.

Com blindagem e capacidade de ser transportado por terra, ar e mar, o Humvee (como foi apelidado) tem duas opções de motores utilizados para as mais diferentes aplicações, ambos V8 e turbodiesel, um de 6,2 litros (150 cv) e outro de 6,5 litros (160 cv) com transmissão automática de três e quatro velocidades, respectivamente. Ele já foi equipado com um V8 5.7 a gasolina também.

Ele tem 15 configurações diferentes que podem contar com blindagem ainda mais pesada do que a convencional, metralhadora .50 no teto ou até um lança-mísseis.

MRAP deixado pelo exército americano no Afeganistão  - Navistar Defense - Navistar Defense
MRAP deixado pelo exército americano no Afeganistão
Imagem: Navistar Defense

MRAP

O segundo tipo de veículo que ficou para trás, sem o equipamento de armas, é uma categoria de veículos na verdade: os MRAP, ou "Resistente a minas e protegido de emboscadas". É uma categoria de veículos que tem que atender esses requisitos para esse tipo de situação.

Os que ficaram para trás são do modelo MaxxPro, produzidos pela Navistar Defense. Ela é o braço militar da International Caminhões. A empresa recentemente fez a fusão com a Traton, que é o braço de caminhões e ônibus do grupo Volkswagen.

Produzido sobre o chassi de um caminhão, o MaxxPro "de entrada" tem quase 7 metros de comprimento, pesa 17 toneladas e pode carregar até 1,6 toneladas de carga/pessoal. Sua capacidade de imersão em água é de 91 cm.

Há outras versões que têm capacidade de carga maior, chegando a 3,5 toneladas e atualizados para carregar diferentes tipos de arma sobre o teto.

Sob o capô, os modelos tem duas opções de motores turbodiesel de seis cilindros em linha. O menor tem 9,3 litros e entrega entre 300 cv e 330 cv, dependendo da aplicação, e 131,9 mkgf. Uma versão maior do propulsor tem 425 cv e 210,8 mkgf e mudanças na construção e nos componentes, para conseguir o aumento de potência.

Além disso, de acordo com a agência AP, diversos carros civis foram deixados para trás na base, a maioria picapes. Desde Chevrolet Silverado, Ford F-150 até modelos das médias, como a Toyota Hilux, Tacoma, Land Rover Defender 110, entre outros.

A maioria ficou para trás, mas sem as chaves, o que vai dificultar o uso devido tanto pelas forças afegãs quanto pelos rebeldes, já que os sistemas imobilizadores não dão partida se não reconhecer a chave.

Desde que começou a retirada das tropas, os Estados Unidos tem usado drones não tripulados para destruir veículos como esses acima que já caíram nas mãos do grupo rebelde Talibã e evitar que eles sejam usados contra a população.

MRAP deixado pelo exército americano no Afeganistão  - Navistar Defense/Divulgação - Navistar Defense/Divulgação
Imagem: Navistar Defense/Divulgação

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