Mercedes-Benz vende fábrica de Iracemápolis (SP) para a chinesa Great Wall
A Mercedes-Benz confirmou que fechou a venda da fábrica de Iracemápolis (SP) para a chinesa Great Wall. O acordo vinha sendo costurado e se tornou um rumor do setor no último mês.
A chinesa adquiriu a fábrica, terreno de 1,2 milhão m² e também os equipamentos de produção que já existem no local. O valor do negócio, de acordo com a Mercedes-Benz, não pode ser divulgado por questões estratégicas.
A planta da marca alemã foi utilizada para produzir o sedã Classe C e o SUV compacto GLA no Brasil. Quando o SUV mudou de geração, a marca não confirmou o retorno da produção local e, em dezembro de 2020, encerrou a produção também do Classe C.
Apesar disso, a Mercedes-Benz manterá o campo de provas que tem em Iracemápolis em parceria com a Bosch. O que acontece é que eram duas instalações separadas apesar de próximas, sendo que o campo de provas, hoje, é exclusivamente para o teste de veículos pesados, como ônibus e caminhões, da marca alemã.
Em uma segunda fase do projeto, a Mercedes-Benz e a Bosch pretendem abrir o espaço para aluguel e testes de veículos e componentes, tanto de pesados, quanto de automóveis.
A fábrica de Iracemápolis foi anunciada em 2013 pela Mercedes-Benz e começou a funcionar em 2016. A marca alemã investiu mais de R$ 600 milhões para tirar do papel o projeto.
O que permitiu a saída da fábrica apenas quatro anos da sua chegada, sem qualquer dano por parte dos governos à companhia é o fato de que ela não aceitou incentivos fiscais para colocar o projeto de pé, o que retira qualquer obrigação da montadora com o projeto em longo prazo.
Great Wall
A Great Wall irá transformar a planta na base para a produção de automóveis não só para o Brasil, mas também para o restante da América Latina.
De acordo com a marca chinesa, a planta será entregue a eles até o final de 2021 e após atualizações terá capacidade fabril de 100 mil unidades por ano com a criação de 2 mil postos de trabalhos. Essa capacidade é cinco vezes maior que a instalada pela Mercedes.
"Consideramos o Brasil um mercado estratégico no plano global de internacionalização. Dentro deste plano, nos dedicamos a estudar as preferências dos consumidores locais e o desenvolvimento e mudanças do mercado automobilístico", diz Liu Xiangshang, vice-presidente da Great Wall Motor, em comunicado.
Com foco no mercado nacional que ainda é um dos 10 maiores do mundo em número de vendas, a empresa, inclusive, já registrou um dos seus modelos por aqui, o Haval H6, um SUV ligeiramente maior que o Jeep Compass, líder do segmento de SUVs médios.
A aposta da marca chinesa deve seguir a estratégia da Caoa Chery, que basicamente tem uma gama de veículos com diversos tipos e tamanhos de SUVs - que é o carro da moda no momento.
No ano passado a marca gerou US$ 44 milhões (R$ 223 milhões) em vendas no Chile - seu maior mercado na América Latina e sexto maior no mundo, de acordo com seu relatório anual. O Chile foi responsável por cerca de 2,8% da receita da montadora chinesa em 2020.
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