Le Mans: melhor brasileiro no grid busca feito histórico em prova icônica
Resumo da notícia
- Jovem é maior esperança de vitória brasileira nas 24h de Le Mans
- Nascido em família de pilotos, André fez sua carreira na Europa
- Negrão defende a Alpine, marca que também estreou na Fórmula 1 em 2021
A paixão pelo automobilismo está no sangue de André Negrão. E nem poderia ser diferente: o campineiro nasceu em uma família com enorme tradição no esporte a motor. Seu pai (Guto Negrão), tio (Xandy) e primo (Xandinho) fizeram suas carreiras nas pistas de corrida.
Apesar disso, foi só aos 11 anos que André começou no kart. Felizmente isso não o impediu de evoluir rapidamente no esporte: após algumas temporadas no kart, ele fez um curso de pilotagem na Espanha e estreou na Fórmula Renault 2.0 (uma das categorias de acesso mais fortes da Europa) em 2008.
É com um currículo para lá de invejável que André se prepara para mais uma edição das 24 Horas de Le Mans. A prova de longa duração mais famosa e desafiadora do planeta não é exatamente um bicho de sete cabeças para o jovem de 29 anos. Pelo contrário: André participa regularmente da corrida desde 2017 e é bicampeão da categoria LMP2.
Nesta edição, ele largará em terceiro lugar, atrás apenas dos carros da favorita Toyota. André, inclusive, é o brasileiro mais bem colocado (e com mais chances de vitória) entre os seis que disputam a prova. Além dele, Pipo Derani, Felipe Nasr, Daniel Serra, Felipe Fraga e Marcos Gomes também vão alinhar no grid de La Sarthe neste sábado, às 11h (horário de Brasília).
'Bom sinal'
Em entrevista a UOL Carros, André se mostrou confiante em seu primeiro ano na categoria LMP1, a mais difícil de Le Mans. E acredita que pode subir ao lugar mais alto do pódio.
"Fizemos 1.300 km em testes com todos os componentes e não tivemos problemas. Então isso é um bom sinal, ainda mais vendo que nossos companheiros de pista (Toyota e Glickenhaus) tiveram problemas elétricos em algum momento. Vai ser uma corrida difícil, eu diria até que um pouco mais do que o normal, já que nossos adversários não são fracos. Mas tudo pode acontecer", declarou.
Apesar de competir pela mesma equipe desde 2017, apenas nesta temporada é que o time foi rebatizado como Alpine. Negrão (que corre ao lado dos franceses Nicolas Lapierre e Matthieu Vaxivière) se diz ambientado à escuderia e sabe do peso da responsabilidade de defender as cores da Alpine nome da lendária marca de esportivos que também debutou na Fórmula 1 em 2021.
"Me sinto em casa com essa equipe. Eu me dou muito bem com os chefes de equipe, os engenheiros e os mecânicos. Então é uma honra correr em Le Mans e vestir o uniforme deles em uma prova tão importante, inclusive pelo fato deles serem franceses em uma corrida disputada na França. É como se eu estivesse guiando em Interlagos por uma equipe brasileira", comparou.
Europa tem estrutura melhor para pilotos
Respeitado no automobilismo internacional, André não é tão conhecido em seu país natal como seu pai e seu tio. O piloto admite que gostaria de ter feito carreira por aqui antes de se aventurar em outros continentes, mas diz que a falta de infraestrutura para os iniciantes motivou a escolha pela Europa.
"Eu gostaria muito que o Brasil tivesse várias categorias e várias possibilidades para quem está começando no automobilismo. Mas eu não me arrependo (de ter saído do Brasil), porque é muito complicado fazer carreira no país. Decidi vir para cá desde pequeno para tentar chegar na Fórmula 1, o que não aconteceu por vários motivos. Mas eu tive muitas outras oportunidades na carreira, e não me arrependo da decisão que tomei lá atrás".
Alpine no Brasil?
A Alpine é uma marca pouco conhecida do público geral no Brasil. Entretanto, a empresa possui uma imagem bastante respeitada nas pistas de corrida, inclusive por aqui.
Os modelos A108 e A110 foram foram fabricados sob licença pela Willys Overland com o nome de Willys Interlagos. Assim como na Europa, onde a Alpine fazia bastante sucesso no automobilismo, os carros da Willys fizeram história nas competições, onde competiam com equipes de fábrica de DKW e FNM.
Na França, a Alpine renasceu em 2017 pelas mãos da Renault, que trouxe uma nova geração do A110. O cupê tem um motor 1.8 turbo de 292 cv e torque máximo de 32,6 kgfm, disponíveis de 2.000 rpm a 6.400 rpm.
É com ele que André costuma andar quando não está correndo nas pistas europeias. O brasileiro, inclusive, já pediu à Renault que traga a marca para cá.
"Quando estou na França eu uso um Alpine ou um modelo da Renault que é cedido pela própria empresa, como um Clio RS ou um Mégane RS. Mas nem sempre a gente tem carro para usar durante as corridas. No Brasil, eu tenho um Mercedes-Benz Classe A, mas já falei pra eles (Alpine) mandarem um Alpine pra lá, mesmo que em importação temporária. A gente precisa divulgar a marca no Brasil", concluiu.
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