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Jeep Commander é apresentado; veja preços e impressões do SUV de 7 lugares

Rafaela Borges

Colaboração para o UOL

26/08/2021 10h01

O terceiro modelo nacional da Jeep está em pré-venda. O Commander traz sete lugares e foi o primeiro produto da marca desenvolvido no Brasil. Feito em Goiana (PE) ao lado do Compass, do Renegade e da Fiat Toro, pode ser reservado a partir desta quinta-feira (26), data do início da produção.

As entregas começam em outubro. São quatro versões, combinando motores e acabamento. A Limited tem preço de R$ 199.990 com o motor 1.3 turbo flex e de R$ 259.990 com o 2.0 turbodiesel.

No caso da Overland, são R$ 219.990 e R$ 279.990, respectivamente. Como no Compass, as versões flex têm tração 4x2 e as com o motor a diesel, 4x4. Os câmbios automáticos são respectivamente de seis e nove marchas.

O motor 1.3 turbo é idêntico ao usado no Compass em todos os números. Para o turbodiesel, era esperado um aumento de potência, que não veio. O propulsor manteve os 170 cv.

O que mudou foi o torque. No motor usado no Compass, são 35,7 mkgf. Para o Commander, a força aumentou para 38,7 mkgf. Por isso, o propulsor recebe um novo nome, TD380, pois o torque em Nm é de 380.

No caso do Compass, são 350 Nm e o turbodiesel é chamado de TD350. Já as versões com o motor flex são T270, em referência aos 270 Nm de força - ou 27,5 mkgf.

Dimensões e espaço

37 cm. Esse é o ganho do Commander em comprimento, na comparação com o Compass. O novo modelo tem 4,77 metros, o que o deixou bastante generoso em diversos parâmetros.

Uma das referências no segmento de sete lugares é o Tiguan, que no ano passado ganhou a forte companhia do Tiggo 8. O Commander vem com dimensões próximas às do Volkswagen. O entre-eixos é de 2,79 m (16 cm a mais que o Compass).

Os bancos da segunda fileira rolam sobre trilhos em até14 cm. Levados inteiramente para trás, garantem amplo espaço para as pernas de três ocupantes. O túnel central não é plano, mas a elevação é pequena. Por isso, quem vai no meio não fica com as pernas muito elevadas e viaja confortavelmente.

Os ombros dos passageiros não batem facilmente uns nos outros nem quando há três pessoas no banco de trás. Isso porque o carro também ficou mais largo que o Compass.

Para conseguir fazer essa alteração, as bitolas ficaram mais largas e as suspensões foram inteiramente modificadas na frente e atrás. De acordo com informações da Jeep, são completamente novas.

Há duas saídas de ar para os ocupantes da segunda fileira. Por ali, eles também podem ajustar a velocidade do vento, mas não a temperatura - o ar-condicionado tem apenas duas zonas. Também contam com uma entrada USB do tipo A e duas estações de 12V para recarga de aparelhos eletrônicos.

Os modelos feitos na plataforma do Commander (é a mesma do Renegade e do Compass) acabam sempre levando desvantagem em porta-malas ante a concorrência. Desta vez, não foi o caso. Com os cinco lugares, a capacidade é a mesma do Tiguan: 661 litros.

Com os sete em uso, cai para 237 litros. O acesso à terceira fileira é fácil. As portas traseiras se abrem em 80 graus e uma alavanca inclina para a frente os bancos da segunda fileira, resultando em um bom espaço para a passagem dos passageiros.

O único senão é na hora de empurrar os bancos da segunda fila para a frente. Eles são muito pesados. Para usar os da terceira fileira, basta puxar uma corda na parte de trás desses assentos, a partir do porta-malas.

Design e acabamento

O Commander é o primeiro Jeep desenvolvido no centro de design da Stellantis na América do Sul. O carro criado no Brasil será vendido por aqui e na América Latina.

Os faróis são full-LEDs com sistema antiofuscamento (facho alto automático). Na grade frontal, as sete fendas que são vistas também no Compass formam um desenho integrado ao conjunto óptico.

Lateralmente, as caixas de roda têm formato trapezoidal. Na versão Limited, são pretas e na Overland, na cor da carroceria. Esta, por sinal, pode ser em dois tons na opção de topo, com o teto em cor diferente.

E por falar em cores, não há custo adicional para as metálicas e perolizadas. Tudo no Commander é item de série. De volta à lateral, o carro tem silhueta bem quadradona, formato que se mantém na traseira sem vincos. Por lá, as lanternas são interligadas por uma faixa de alumínio.

O acabamento e desenho do painel interno das portas são idênticos aos do Compass, inclusive no formato de maçanetas e botões de acionamento dos vidros elétricos. As superfícies são macias e há uso de couro com costura aparente.

Já nos demais painéis internos há muitas diferenças, com uso de alumínio e Alcântara. Esse material também está no revestimento dos bancos, cuja parte central tem couro quadriculado com costura aparente.

O console central foi desenhado exclusivamente para o Compass. É mais alto que o do Commander.

Versões e equipamentos

Todos os Commander saem de fábrica com painel de instrumentos virtual personalizável e central multimídia com tela de 10". Esta é a mesma que estreou no Compass 2022. Mas, no SUV maior, há o assistente de voz Alexa, da Amazon, parte do sistema de conectividade Adventure Intelligence.

O Commander tem duas entradas USB para os ocupantes da frente, uma do tipo A e outra do tipo C. O modelo traz ainda carregador de smartphones por indução (sem fio), navegador GPS nativo e Wi-Fi a bordo (pago à parte) para fazer a função de roteador.

O carro também é recheado de tecnologias de auxílio à condução. Há assistência ao estacionamento, detector de tráfego cruzado, sensor de ponto cego e de fadiga.

Outro destaque é o leitor de faixas. A frenagem autônoma de emergência, por sua vez, é capaz de detectar pedestres e ciclistas. O Commander vem ainda com o controlador de velocidade adaptativo (ACC).

As exclusividades da versão Overland são o teto solar panorâmico, o sistema de som Harman-Kardon, as rodas de 19" e os ajustes elétricos para o banco do passageiro dianteiro (os do motorista são de série em ambos).

As duas versões vêm com abertura elétrica da tampa do porta-malas. Porém, só a Overland oferece o sensor que permite abrir o componente movimentando os pés sob o para-choque.

Desempenho

O Commander flex é 100 quilos mais pesado que o Compass equivalente, mas não decepciona com o motor 1.3 turbo. Esse propulsor oferece até 185 cv e 27,5 mkgf a 1.750 rpm. O carro foi testado no Circuito dos Cristais, em Curvelo, Minas Gerais.

Nesse primeiro contato, mostrou um bom poder de retomada nas retas e saídas de curvas. De acordo com a Jeep, o Commander Limited flex vai de 0 a 100 km/h 9,5 segundos (com etanol). É apenas um décimo de segundo mais lento que o Compass.

A dirigibilidade é bem semelhante à do modelo menor, o que é uma ótima notícia, já que o Commander é maior, mais pesado e alto. Apesar de não haver possibilidade de ajustar as respostas da direção por meio de modos de condução (só há um esportivo para o câmbio), o sistema é bem progressivo, apresentando bom peso em alta velocidade.

O Commander surpreendeu também pela baixa inclinação de carroceria em curvas. Quando fizemos uma saída um pouco mais arrojada, o sistema de tração plus entrou em ação, junto com o ESP, para fazer a correção. Essa tecnologia transfere força entre as rodas dianteiras, dando torque extra à que precisa de mais aderência.

Já o teste da versão a diesel foi no off-road, em circuito montado para mostrar a boa absorção de impactos da suspensão - o carro é muito confortável -, o ótimo revestimento acústico e como age o torque extra na prática.

Para mostrar a força do motor (são 38,7 mkgf a 1.750 rpm), a Jeep colocou entre os obstáculos até uma subida de escadas. Basta acionar o sistema que trabalha a primeira marcha para fazer papel de reduzida, pisar fundo no pedal do acelerador e o carro sobe sem problemas.

Além de 22,5 cm de vão livre do solo, a versão a diesel tem 25,4° de ângulo de entrada. Outras funções são o auxílio eletrônico para descida e o "lock" da tração 4x4 por demanda (trava a distribuição em 50/50).

A versão 4x4 tem ainda os sistemas de condução snow (para pisos escorregadios) e sand (terra fofa e barro, entre outras situações). Os pneus, no entanto, são para o asfalto. A marca não investiu para o Commander em versões mais voltadas ao off-road, como a Trailhawk do Renegade e do Compass, com componentes de uso misto.

Isso porque é esperado para o carro um público com espírito menos aventureiro, que até deseja aptidões fora de estrada, mas o usará a maior parte do tempo no asfalto.

Mercado

Com boa variedade de versões, a Jeep espera concorrer com modelos de sete lugares diversos, que custam entre R$ 180 mil e R$ 350 mil. O concorrente mais em conta é o Tiggo 8, que também tem tração 4x2.

Já o Tiguan é mais potente (tem o 2.0 de 220 cv) e traz tração 4x4. O Commander pode enfrentá-lo tanto com as versões flex quanto com as de motor a diesel. Outro rival importante é o Toyota SW4, que frequentemente aparece no ranking de vendas como o SUV de sete lugares mais emplacado do Brasil.

A marca também aposta no Mercedes-Benz GLB como um rival. O SUV premium tem sete lugares e motor 1.3 turbo um pouco mais fraco que o do Commander, além de tração 4x2.

A Jeep lança o Commander com a meta de transformá-lo no SUV de sete lugares mais vendido do Brasil. De acordo com fontes, a aposta é de que ele vai superar 1.500 unidades vendidas por mês.

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