Por que agora é a hora certa para vender seu carro e fazer bom negócio
Fatores como a alta nos preços de matérias-primas e a falta de semicondutores, que tem paralisado a produção de automóveis de diferentes marcas, provocou uma disparada nos preços de carros novos e usados durante este ano.
De acordo com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), entre fevereiro de 2020, mês imediatamente anterior ao início da pandemia do coronavírus, e julho de 2021 os preços de automóveis zero-quilômetro subiram 19,9%.
Considerando apenas exemplares usados, independentemente do ano/modelo, a alta foi ainda mais expressiva no mesmo período: 24,4%. A KBB, por sua vez, informa que o preço médio de um carro 2011 de segunda mão subiu 14,9% somente neste ano, contra 13% de um veículo 2017 nos primeiros sete meses de 2021.
Segundo Guilherme Moreira, coordenador do IPC (índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, neste momento a demanda por automóveis é alta e a escassez de veículos novos acaba por elevar consideravelmente os preços dos usados e seminovos.
"Os fabricantes de automóveis novos estão apresentando uma série de problemas neste ano que causaram forte diminuição da oferta e elevação nos preços. Esse movimento ocorreu em virtude da falta de componentes e da elevação nos custos de insumos como aço e alumínio, dentre outros. A falta de oferta dos novos desorganizou o mercado de usados, pois uma boa parte dessa demanda migrou para os usados, elevando seus preços", explica o executivo.
Carro usado virou investimento?
Neste momento, vale mais a pena, do ponto de vista estritamente financeiro, você vender seu carro usado do que adquirir um automóvel, seja ele novo ou de segunda mão. Essa é a avaliação de Cassio Pagliarini, consultor associado da Bright Consulting.
"Desde quando o real foi implantado, nunca houve melhor chance de fazer bom negócio com o seu automóvel. Se você tem um carro que roda pouco, vale mais a pena vendê-lo, investir o dinheiro e andar de transporte individual por aplicativo ou táxi", destaca o especialista.
Pagliarini cita ele próprio como exemplo: dono de uma Ford Ranger adquirida zero-quilômetro em 2018, ele diz que a picape está custando 13% a mais do que o preço que pagou há cerca de três anos - isso com quase 90 mil km já rodados.
"Se você tem um modelo com alto valor agregado, considere vendê-lo para comprar outro, mais simples e barato, e ficar com ele enquanto o mercado automotivo não se estabiliza", recomenda o consultor - sem deixar de destacar que o momento atual foge do padrão e carro, via de regra, não é investimento, por se tratar de um bem móvel de consumo.
O especialista não tem uma previsão de quando exatamente isso irá acontecer, porém projeta que a falta de microchips começará a ser amenizada no ano que vem, quando as respectivas fornecedoras irão, segundo ele, conseguir aumentar a produção e suprir parcialmente a demanda reprimida das montadoras - o que, em tese, ajudará a estancar o aumento nos preços.
"Ao mesmo tempo, muitos daqueles que têm adquirido veículos novos e também usados em substituição a gastos com viagens, cursos e restaurantes, inviabilizados por conta das restrições à circulação de pessoas impostas pela pandemia, voltarão a direcionar seu dinheiro para essas atividades".
"Prevejo uma normalização do mercado em ritmo lento, especialmente no Brasil, que tem eleições no ano que vem e vive uma polarização política que tem impedido o debate de problemas crônicos da nossa economia", completa.
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