Inimigos ocultos: 5 hábitos que deixam seu carro gastão e você nem imagina
Com a disparada nos preços dos combustíveis, principalmente a gasolina, cujo litro já custa mais de R$ 7 em algumas regiões do Brasil, a preocupação em reduzir o consumo virou questão de sobrevivência para muitos.
Dirigir um carro eficiente e manter a respectiva manutenção em dia são práticas óbvias para quem necessita reduzir os gastos com o posto. O estilo de condução é outro fator decisivo para rodar mais com menos combustível.
No entanto, algumas práticas e hábitos que você adota no dia a dia acabam por elevar o consumo e você nem se dá conta.
Veja cinco exemplos e aproveite cada gota do líquido que vai no tanque do seu carro.
1 - Andar sempre com tanque cheio ou na reserva
Encher o tanque até quase transbordar ou rodar constantemente na reserva são hábitos extremos que não fazem bem à saúde do carro e também contribuem para elevar o consumo.
De acordo com o engenheiro Everton Lopes, o ideal é parar o abastecimento assim que gatilho for desarmado - o que proporciona nível adequado e seguro.
Mesmo sem encher "até a boca", rodar com o tanque na capacidade máxima reduz a eficiência do veículo e danifica o cânister, que é filtro com carvão ativado responsável por reter os gases provenientes da evaporação do combustível", alerta o especialista.
A explicação é simples: quanto mais peso houver a bordo, maior será a quantidade de combustível necessária para percorrer determinada distância.
"A cada 100 kg, o consumo sobe 6%", informa Lopes.
Parece algo inexpressivo, mas é bom não esquecer que esse desperdício vai se acumulando com o passar do tempo. E o prejuízo também.
Portanto, se você dá valor ao seu dinheiro suado, não vale a pena encher o tanque no circuito urbano - prefira fazê-lo somente em caso de necessidade, como em uma viagem mais longa. E sem pedir "chorinho" ao frentista.
Outro extremo não recomendado por Everton Lopes é deixar o tanque constantemente na reserva - o manual do proprietário de qualquer automóvel também condena a prática.
Além do risco de pane seca, que pode causar danos mecânicos e, inclusive, rende multa de trânsito, o consumo também sobe nessa situação.
"O tanque quase vazio significa mais espaço para vaporização do combustível. A taxa de perda por evaporação, portanto, sobe".
A influência no consumo dificilmente será perceptível no momento, mas cobrará seu preço a médio e longo prazo.
2 - Rodar muito pouco a cada dia
Rodar pouco a cada dia não é garantia de gastar menos combustível - pelo contrário, ainda faz o carro "beber" mais a cada quilômetro rodado.
O motor precisa atingir determinada temperatura para o calor expandir os componentes internos e, assim, proporcionar condições ideais de funcionamento e lubrificação.
Usar o carro continuamente em deslocamentos muito curtos, insuficientes para se atingir a temperatura correta, acelera o desgaste e eleva o consumo de combustível.
"Dirigir durante menos de 15 minutos nem esquenta o óleo do motor, impossibilitando a lubrificação adequada. Tem carro com baixa quilometragem que apresenta mais desgaste na comparação com um exemplar mais rodado, que no entanto funciona a maior parte do tempo na temperatura ideal", ensina Erwin Franieck, mentor em engenharia avançada da SAE Brasil.
O engenheiro informa que veículos abastecidos com etanol tendem a apresentar mais problemas na "fase fria", especialmente em localidades com temperaturas mais baixas.
"Em dias frios, a partida de motor abastecido com etanol tende a ser mais difícil em carros antigos, sem sistema de preaquecimento. Injeta-se mais combustível no arranque e a parte não queimada do etanol gera água como resíduo. Se o motor não esquentar adequadamente, a água não evapora e acaba contaminando o óleo, comprometendo sua performance".
3 - Deixar de usar o ar-condicionado na estrada
Segundo o Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária), o ar-condicionado pode aumentar em 20% ou até mais o consumo, pois o compressor do equipamento é acionado por correia ligada ao motor.
A orientação é nunca dirigir com o ar ligado e os vidros abertos. Além disso, se não estiver muito quente, não coloque o resfriamento no máximo.
Porém, desligar o ar em em dias quentes e abrir os vidros, principalmente em rodovias, ainda que seja de forma parcial, não é uma boa ideia se você quiser poupar combustível.
A turbulência de ar que entra na cabine acaba exigindo mais esforço do motor para manter o veículo em movimento, elevando o consumo até mais do que se você mantivesse a climatização ligada com os vidros fechados.
4 - Exagerar nos acessórios eletrônicos
De acordo com Erwin Franieck, da SAE Brasil, a instalação de acessórios não homologados pela fabricante do veículo, sem que haja a necessária adequação do respectivo sistema elétrico, é um dos maiores vilões quando se trata da integridade de um automóvel.
O especialista destaca que equipamentos de som, alarmes e outros dispositivos podem demandar mais energia do que prevê o projeto do veículo.
Alguns desses acessórios continuam ativos mesmo quando o automóvel está desligado, agravando o problema.
O efeito mais óbvio é a redução da vida útil da bateria, que passa a reter cada vez menos carga e pode "arriar".
Contudo, antes de a bateria pifar de vez, há outras consequências.
"Ao reter menos carga, a bateria fornece menos tensão e sobrecarrega o alternador e a respectiva correia. Também ocorre maior variação de tensão no sistema. Isso eleva a incidência de pane elétrica, acompanhada por danos a uma série de componentes", alerta Franieck.
De acordo com o engenheiro, peças como lâmpadas, ventoinha, motor de arranque e o próprio alternador podem ter a durabilidade e a eficiência seriamente comprometida.
Sem a energia adequada, o sistema de ignição pode falhar, acarretando maior gasto de combustível. Motor acima da temperatura ideal também eleva o respectivo consumo.
5 - Trocar óleo só de acordo com quilometragem
Trocar o óleo do motor e o respectivo filtro dentro da quilometragem estipulada no manual do proprietário é uma orientação básica para você evitar gastos não previstos e eventualmente elevados.
No entanto, muitos ignoram que, além da distância percorrida, o fluido tem prazo de validade. Ou seja: a hora da troca é determinada pelo item que vencer primeiro.
Franieck explica que, após determinado período, os componentes do óleo se degradam e sua capacidade lubrificante fica comprometida, elevando o atrito de componentes internos do motor - e, consequentemente, o consumo.
Outro detalhe: em condições severas de uso, como rodar predominantemente em vias não pavimentadas, com muita carga e sob tráfego congestionado, a quilometragem e o prazo para troca são antecipados.
O especialista recomenda, ainda, seguir fielmente a especificação de óleo recomendada no manual do veículo.
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