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Fim dos carros populares: pandemia faz Kwid e Mobi baterem nos R$ 60 mil

Versão mais cara e equipada do Fiat Mobi, Trekking hoje passa dos R$ 66 mil com todos os opcionais e pintura metálica - Divulgação
Versão mais cara e equipada do Fiat Mobi, Trekking hoje passa dos R$ 66 mil com todos os opcionais e pintura metálica Imagem: Divulgação

Alessandro Reis

Do UOL, em São Paulo (SP)

30/08/2021 04h00

Os preços de veículos zero-quilômetro dispararam desde o início da pandemia do coronavírus, especialmente em 2021, quando a falta de semicondutores tem paralisado a produção de modelos de várias marcas.

A oferta reduzida, somada a fatores como matérias-primas mais caras e demanda aquecida, formaram a "tempestade perfeita" para encarecer automóveis novos e, de quebra, inflacionar os usados.

De acordo com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), entre fevereiro de 2020, mês imediatamente anterior ao início da pandemia, e julho de 2021 os preços de carros zero subiram 19,9%, em média.

A situação chegou a tal ponto que mesmo os dois carros mais baratos do Brasil - Renault Kwid e Fiat Mobi - hoje chegam a custar mais de R$ 60 mil, ficando longe do alcance da vasta maioria dos brasileiros. Com isso, a expressão "carro popular", que há muito tempo já não faz muito sentido, parece que agora está fadada a morrer.

Os valores informados a seguir são referentes ao Estado paulista.

Kwid topo de linha encareceu mais de 20%

Vejamos o Kwid: na versão de entrada Life, que dispensa itens de série como ar-condicionado, sistema de som e direção assistida, mas conta com quatro airbags, hoje parte de R$ 47.690.
Ao mesmo, a versão topo de linha Outsider, que oferece visual aventureiro, mais equipamentos e o mesmo motor 1.0 flex de 70 cv e 9,8 kgfm, mais câmbio manual de cinco marchas, salta para R$ 60.290 - não existem opcionais.

Segundo a Fipe, em janeiro passado um Kwid Outsider novo saía em média por R$ 49.282 - ou seja, do início deste ano até agora o preço teve alta de 22,3%.

Ao mesmo tempo, em janeiro de 2021 os mesmos R$ 60 mil cobrados atualmente pelo Kwid mais completo eram suficientes para levar um Renault Sandero GT Line 1.0, maior e mais equipado - hoje, essa configuração do Sandero custa R$ 76.890.

Fiat Mobi Tekking também ficou mais caro

Fiat Mobi Trekking Traseira - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Disponível em três versões diferentes, todas equipadas com propulsor 1.0 bicombustível de 75 cv e 9,9 kgfm, transmissão manual de cinco velocidades e os dois airbags obrigatórios, o Fiat Mobi parte de R$ 48.448 na configuração Easy - o que faz dele o segundo automóvel mais em conta da atualidade.

Essa opção mais barata, a exemplo do rival Kwid Life, não traz de série equipamentos desejados como ar-condicionado e direção assistida. Esses itens e muitos outros estão incluídos na configuração Trekking, igualmente aventureira, que sai por R$ 60.833 - que sobe para R$ 66.406 com todos os opcionais incluídos e pintura metálica.

Em janeiro, um Mobi Trekking novo custava em média R$ 48.602, segundo a Fipe. De lá para cá, o preço teve uma escalada de 20,1%.

Para se ter uma ideia, no primeiro mês de 2021, os mesmos R$ 60 mil, aproximadamente, davam para levar um Fiat Argo Drive 1.3 zero-quilômetro, muito mais potente, espaçoso e recheado - que atualmente sai por R$ 79.212.

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